O bem roubadinho, bem poupadinho, vale tanto como o bem ganhadinho.
Expressa a ideia popular de que aquilo que se obtém sem trabalho — por roubo — ou aquilo que se consegue por poupança tem o mesmo valor prático do que se ganha honestamente.
Versão neutra
O que se obtém por meios ilícitos ou pelo esforço de poupar vale, em termos materiais, tanto quanto o que se ganha.
Faqs
- O provérbio justifica o roubo?
Não. O provérbio descreve uma observação sobre valor material, mas não constitui uma defesa moral ou legal do roubo. Hoje costuma ser usado com ironia ou crítica. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em conversas informais para comentar atitudes que tentam minimizar a gravidade de ganhos ilícitos ou para apontar que, em termos práticos, ter um bem tem utilidade independentemente da origem. - Tem origem conhecida?
Não há registo de origem documentada; é um ditado popular transmitido oralmente.
Notas de uso
- É um provérbio antigo de tom popular; reflete uma observação sobre o valor material, não necessariamente uma justificação moral.
- Hoje é frequentemente usado de modo irónico ou crítico para comentar quem tenta justificar pequenos furtos ou ganhos ilícitos.
- Pode ser citado para sublinhar que, do ponto de vista prático, ter um bem (seja por via lícita ou ilícita) dá a mesma utilidade material, sem esquecer as consequências legais e éticas do acto.
Exemplos
- Quando o vizinho voltou a casa com uma televisão nova depois de a encontrar, alguém murmurou: «O bem roubadinho, bem poupadinho...», criticando a atitude dele.
- Num debate sobre evasão fiscal, um participante usou o provérbio de forma irónica para lembrar que o facto de um rendimento existir não o torna moralmente aceitável.
Variações Sinónimos
- O que se rouba, poupa ou ganha, vale o mesmo.
- O bem roubado ou poupadinho vale tanto como o bem ganho.
- O que se tira aos outros ou se guarda, tem o mesmo valor que o que se ganha.
Relacionados
- Roubar um ovo, roubar um boi (pequenos actos ilícitos levam a maiores)
- Quem não trabalha não come (valorização do trabalho honesto)
- Dinheiro sujo não traz paz (sobre as consequências morais do ganho ilícito)
Contrapontos
- Perspetiva legal: bens obtidos por roubo são crime e sujeitos a penalização e restituição.
- Perspetiva ética: aquisição ilícita não é moralmente equivalente a ganho honesto, apesar do valor material poder ser igual.
- Perspetiva social: ganhos ilícitos podem provocar desconfiança, prejuízos para terceiros e custos escondidos (risco, culpa, perda de reputação).
Equivalentes
- English
Stolen goods or savings are worth as much as earned goods. - Español
Lo robado o lo ahorrado vale tanto como lo ganado. - Français
Le bien volé ou économisé vaut autant que le bien gagné.