O velho em sua terra e o moço na alheia mentem quanto querem.

O velho em sua terra e o moço na alheia mentem qu ... O velho em sua terra e o moço na alheia mentem quanto querem.

Aquele que é conhecido na sua terra (normalmente um idoso) ou o jovem que está numa terra alheia tendem a ter maior liberdade para exagerar ou enganar sem grande oposição.

Versão neutra

Quem é conhecido numa comunidade e quem está fora dela têm mais facilidade para exagerar ou enganar.

Faqs

  • O provérbio justifica mentir?
    Não. Trata‑se de uma observação sobre tolerâncias sociais e reputação, não de uma defesa ética da mentira.
  • Quando é apropriado usar esta expressão?
    Quando se quer comentar ironicamente que a idade, a reputação local ou o anonimato permitem a alguém exagerar, enganar ou escapar à crítica.
  • É um provérbio comum em Portugal?
    É uma fórmula de tipo proverbial; circula em variações regionais, mas não é tão universal como provérbios mais curtinhos.

Notas de uso

  • Usa‑se para comentar situações em que a reputação ou o anonimato permitem impunidade verbal.
  • Registo: popular e proverbial; pode soar crítico ou irónico dependendo do contexto.
  • Não é uma justificativa ética para mentir — funciona como observação social sobre tolerâncias comunitárias.
  • Emprega‑se tanto em conversas informais como em textos reflexivos sobre costume e reputação.

Exemplos

  • Na reunião, perceberam que o velho, respeitado na vila, contava histórias inverosímeis e ninguém o contradizia — 'o velho em sua terra e o moço na alheia mentem quanto querem'.
  • O rapaz, recém-chegado à cidade, inventou feitos e ninguém o conhecia: assim se confirma o provérbio — a distância dá margem ao exagero.
  • Os vizinhos não confrontaram o ancião sobre os elogios exagerados que fazia à família; trata‑se de um caso clássico do provérbio.

Variações Sinónimos

  • O velho na sua terra e o jovem na alheia dizem o que lhes apetece.
  • O velho em sua terra e o moço fora dela falam ao gosto.
  • Ninguém corrige o de casa; o forasteiro tem licença para se inventar.

Relacionados

  • Ninguém é profeta na sua terra
  • A mentira tem perna curta
  • Quem conta um conto, acrescenta um ponto
  • Cada terra com seus costumes

Contrapontos

  • Do ponto de vista ético e legal, mentir não é aceitável mesmo que a comunidade tolere — pode haver consequências reputacionais ou jurídicas.
  • A máxima descreve um fenómeno social, não o elogia; em sociedades mais móveis ou mediáticas essa tolerância tende a diminuir.
  • A confiança mútua e a responsabilização são contrários à ideia de que alguns possam 'mentir quanto querem'.

Equivalentes

  • es
    El viejo en su tierra y el joven en la ajena mienten cuanto quieren.
  • en
    An old man at home and a young man away can say what they please (rough equivalent describing social licence to lie).
  • fr
    Le vieil homme chez lui et le jeune à l'étranger disent ce qu'ils veulent (équivalent approximatif).