Excesso de justiça faz injustiça

Quando a aplicação ou rigor da justiça é exagerado, pode causar prejuízo ou injustiça em vez de corrigir um problema.

Versão neutra

Muita justiça pode tornar-se injustiça.

O que significa exactamente este provérbio?
Significa que a aplicação exagerada da justiça — seja por punições desproporcionadas, regras demasiado rígidas ou formalismos excessivos — pode produzir resultados injustos e causar mais dano do que benefício.
Onde se pode usar esta expressão?
Pode ser usada em contextos jurídicos, administrativos e sociais para criticar medidas desproporcionadas, ou em conversas quotidianas para apontar consequências negativas de um rigor excessivo.
Tem origem conhecida?
A origem exacta do provérbio não é clara, mas existe um paralelo clássico em latim: 'Summum ius, summa iniuria', frequentemente citado com sentido semelhante.
Este provérbio recomenda impunidade?
Não. A ideia não é dispensar responsabilidade, mas defender proporcionalidade e bom senso na aplicação da justiça para evitar danos desnecessários.

Usa-se para criticar decisões, regras ou penalizações desproporcionadas que, apesar de visarem justiça, acabam por prejudicar.
É comum em contextos jurídicos, administrativos e éticos para alertar contra rigidez excessiva.
Tem tom proverbial e pode ser empregado tanto em registo formal (debates legais) como informal (conversa quotidiana).
Não justifica impunidade: lembra que a procura de justiça deve ser proporcional e equilibrada.

O conselho disciplinar aplicou uma penalização desproporcionada por um erro menor; como se diz, excesso de justiça faz injustiça.
Ao transformar todas as exceções em regras estritas, a administração criou mais problemas do que resolveu — prova de que excesso de justiça faz injustiça.
Num tribunal, uma pena severa para um crime menor pode ser criticada com o provérbio «excesso de justiça faz injustiça».
Quando um professor punia toda a turma por causa de um aluno, os pais lembraram que o excesso de justiça pode ser injusto.

Summum ius, summa iniuria (afirmação latina de sentido semelhante)
A lei é dura, mas é a lei (contraponto comum)
Os fins não justificam os meios (relacionado quando a aplicação da justiça sacrifica princípios)

Sem justiça não há ordem — em certos casos a aplicação rigorosa é necessária para prevenir maiores males.
Medidas rigorosas podem ser justificadas quando visam proteger direitos e prevenir crimes graves.
A proporcionalidade pode ser vista como um equilíbrio necessário entre rigor e compaixão; o dilema não é entre justiça e injustiça absoluta.