Prendeu-me o alcaide, soltou-me o meirinho.

Prendeu-me o alcaide, soltou-me o meirinho.
 ... Prendeu-me o alcaide, soltou-me o meirinho.

Diz que uma autoridade prendeu e outra libertou; usado para denunciar contradições, favores, influências ou arbitrariedade na aplicação da lei.

Versão neutra

Fui preso por um oficial e libertado por outro.

Faqs

  • De onde vem este provérbio?
    Vem da tradição popular portuguesa e alude a cargos locais históricos (alcaide, meirinho). A origem exacta não é documentada com precisão, mas reflete práticas de administração e justiça em épocas passadas.
  • Quando devo usar este provérbio?
    Use-o para criticar ou ironizar situações em que decisões de diferentes autoridades são contraditórias, quando há favoritismos ou quando o desenlace depende mais de influências do que da justiça.
  • Tem conotação pejorativa?
    Geralmente sim; a frase costuma implicar censura à arbitrariedade, ao nepotismo ou à falta de imparcialidade nas decisões.
  • É apropriado no registo formal?
    Normalmente é usado em registo informal ou jornalístico de tom crítico. Em contextos formais ou jurídicos, é preferível exprimires a ideia de forma mais neutra.

Notas de uso

  • Empregado sobretudo em contextos informais para criticar decisões contraditórias de autoridades ou o efeito de influências pessoais.
  • Pode ter conotação irónica quando se quer sublinhar que a justiça não foi neutra.
  • Reflete estruturas administrativas antigas; hoje costuma ser usado de forma figurada, sem referência literal aos cargos.

Exemplos

  • Soubemos da sentença: primeiro foram apertos, depois uma carta de um padrinho resolveu — prendeu-me o alcaide, soltou-me o meirinho.
  • Quando o relatório contradiz o depoimento e alguém 'arregela' a coisa, dizemos: prendeu-me o alcaide, soltou-me o meirinho, porque tudo depende de quem manda.
  • No café comentavam que no caso do contrato público houve quem o condenasse e quem, por interesses, o livrasse — prendeu-me o alcaide, soltou-me o meirinho.

Variações Sinónimos

  • Quem me prende é o alcaide, quem me solta é o meirinho.
  • Um prende, outro solta.
  • Prende o alcaide, solta o meirinho.

Relacionados

  • Um prende, outro solta
  • Cada um puxa a brasa à sua sardinha
  • Às vezes a lei é letra morta

Contrapontos

  • A justiça é igual para todos.
  • Não há dois pesos e duas medidas.
  • A lei deve ser independente das pessoas que a aplicam.

Equivalentes

  • English
    One official arrests me, another sets me free. (literal equivalent conveying contradictory authorities)
  • Español
    Me prendió el alcaide y me soltó el alguacil. (equivalente literal; se usa para criticar arbitrariedades)
  • Français
    Un m'arrête, un autre me relâche. (versão que transmite a mesma ideia de decisões contraditórias)