Água de morro abaixo, fogo de morro acima, e mulher quando quer dar, ninguém segura.
Expressa a ideia de inevitabilidade: determinadas coisas acontecem por sua natureza e dificilmente podem ser impedidas; a parte final refere-se à vontade sexual ou à autonomia de uma mulher e pode ser lida como uma observação sobre impossibilidade de coação.
Versão neutra
Água corre morro abaixo, fogo sobe morro acima; quando alguém quer fazer algo, é difícil impedir.
Faqs
- O que significa a palavra 'dar' neste provérbio?
No registo coloquial, 'dar' pode ter sentido sexual (ter relações) ou, mais genericamente, 'ceder' ou 'entregar-se' a algo. A interpretação depende do contexto e da intenção do locutor. - Este provérbio é apropriado para uso público ou profissional?
Não é recomendável em ambientes formais ou profissionais devido à linguagem ambígua e ao risco de reforçar estereótipos de género. Em contextos académicos ou literários pode ser citado com explicação crítica. - Qual é a origem histórica deste provérbio?
Trata-se de um provérbio de tradição oral; não há registo documentado claro sobre autoria ou data de origem. Circula amplamente na cultura popular lusófona. - Há formas neutras de transmitir a mesma ideia?
Sim. Por exemplo: 'Água corre morro abaixo, fogo sobe morro acima; quando alguém quer, é difícil impedir.' Essa versão evita linguagem sexista e ambiguidade.
Notas de uso
- Usado para sublinhar que certos eventos ou comportamentos são difíceis de contrariar.
- A última oração recorre a linguagem coloquial e ambígua ('dar'), frequentemente interpretada em termos sexuais; por isso é potencialmente ofensiva e inadequada em contextos formais.
- Evitar usar em contextos profissionais, educativos ou quando a linguagem pode reforçar estereótipos de género ou minimizar noções de consentimento.
- Pode aparecer em contextos literários ou folclóricos como exemplo de linguagem popular, sendo útil explicar e contextualizar para leitores modernos.
Exemplos
- Quando falou sobre a inevitabilidade da reforma, ele citou o provérbio: 'Água de morro abaixo, fogo de morro acima' para dizer que algumas mudanças são difíceis de travar.
- Numa discussão sobre liberdade individual, ela rejeitou a versão tradicional do provérbio porque considerava a frase sobre a mulher redutora e pouco respeitadora do tema do consentimento.
Variações Sinónimos
- Água de monte abaixo, fogo de monte acima (variação regional fonética)
- Mulher quando quer, ninguém a segura (forma mais curta/coloquial)
- Quando algo tem de acontecer, nada o detém (versão explicativa, não idiomática)
Relacionados
- O que é para ser será (expressão de inevitabilidade)
- À água que corre não se mete a mão (variações sobre deixar seguir o curso natural das coisas)
- O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita (perspectiva diferente sobre inevitabilidade)
Contrapontos
- Generalizações sobre comportamento sexual ou de género são problemáticas e podem reforçar estereótipos.
- A frase não dispensa a discussão sobre consentimento — dizer que 'ninguém segura' não justifica coerção ou falta de respeito pela autonomia alheia.
- Em contextos actuais, recomenda-se reformular de modo a preservar a ideia de inevitabilidade sem linguagem sexista ou ambígua.
Equivalentes
- Inglês
Water runs downhill, fire climbs uphill; when someone is determined, nothing stops them. (equivalent expressing inevitability) - Espanhol
Agua baja por la ladera, fuego sube por la loma; cuando alguien quiere, nadie lo detiene. (versión equivalente sobre inevitabilidad) - Francês
L'eau descend la colline, le feu monte; quand quelqu'un veut, rien ne l'arrête. (équivalent sur l'inévitabilité)