Cachorro que come ovelha, só deixa depois que morre.
Refere-se a alguém que persiste em um comportamento prejudicial e só para quando já não pode; expressa fatalismo sobre mudanças de carácter.
Versão neutra
Quem pratica atos prejudiciais com persistência só deixa de o fazer quando é permanentemente impedido.
Faqs
- Este provérbio incentiva a violência contra quem faz mal?
Não. É uma expressão figurada que descreve persistência num comportamento prejudicial. Deve‑se evitar leituras literais ou justificações de violência. - Em que contextos é apropriado usar este provérbio?
Em críticas informais a comportamentos repetidos e prejudiciais — por exemplo corrupção, reincidência criminal ou má conduta institucional. Evitar em contextos formais ou quando se pretende um tom conciliador. - Tem origem conhecida?
Não há fonte documentada clara. Usa imagens do campo (cão/ovelha) para transmitir a ideia de predador persistente; é provavelmente de tradição oral rural. - Há variações regionais?
Sim. Existem versões com 'cão' em vez de 'cachorro' e outras metáforas locais que mantêm a ideia de persistência no mal.
Notas de uso
- Uso figurado para descrever pessoas ou instituições que repetem comportamentos nocivos e não mudam apesar das consequências.
- Registo coloquial; pode soar duro ou fatalista, por isso é mais adequado em conversas informais ou críticas fortes.
- Não é uma chamada à violência; contextualize para evitar incitação ou interpretações literais.
- Pode aplicar‑se a situações de delinquência repetida, corrupção persistente ou a um problema que se arrasta no tempo sem solução.
Exemplos
- Depois de anos a desviar fundos da empresa, os colegas comentaram: 'Cachorro que come ovelha, só deixa depois que morre' — havia pouca esperança de mudança voluntária.
- Quando um condutor reincidente arrisca a vida dos outros, a polícia lembrou que 'cachorro que come ovelha...' — era necessário retirá‑lo das estradas.
Variações Sinónimos
- Cão que come ovelha só sossega morto
- Perdiz que come ovo, só para quando morre
- O que é mau hábito dificilmente se perde (variação menos figurada)
Relacionados
- Quem nasce torto, tarde ou nunca endireita (variação fatalista sobre carácter)
- Leopardo não muda as manchas (equivalente sobre natureza imutável)
Contrapontos
- Nem todos os comportamentos são imutáveis; programas de reabilitação e mudança pessoal mostram que é possível alterar atitudes e ações.
- O provérbio generaliza e pode ignorar fatores sociais ou psicológicos que explicam a repetição de um comportamento.
- Usá‑lo sem cuidado pode desresponsabilizar intervenções preventivas ou de justiça restaurativa.
Equivalentes
- Inglês
A dog that eats sheep only stops when it dies (literal). Related idiom: 'A leopard can't change its spots.' - Espanhol
Perro que come ovejas, sólo deja cuando muere (literal). También: 'El que nace chueco, nunca se endereza' (sentido parecido). - Francês
Un chien qui mange des moutons n'arrête que lorsqu'il meurt (littéral). Proche de 'Qui change de nature?' mais sans equivalente fixo.