João Garanhão, focinho de cão, vai com a ceira ao camarão.
Descreve uma situação em que uma pessoa ou meio é claramente inadequado para a tarefa que pretende realizar — desalinho entre quem faz e o que é preciso.
Versão neutra
Pessoa/Meio inadequado para a tarefa tenta executá‑la, resultando em erro ou ineficácia.
Faqs
- O que significa exatamente este provérbio?
Significa que alguém ou algo é inadequado para a tarefa que pretende realizar — há um desalinho entre capacidades/meios e o que é exigido. - Quando devo usar esta expressão?
Use-a em contexto coloquial para criticar ou ironizar situações em que se empregam pessoas, ferramentas ou métodos manifestamente impróprios para uma tarefa. - É um provérbio ofensivo?
Não é inerentemente ofensivo, mas pode ser depreciativo se aplicado a alguém de forma pessoal. Em registos formais, é melhor optar por linguagem neutra. - De onde vem a imagem usada no provérbio?
A imagem junta nomes e animais (João Garanhão, focinho de cão) e um instrumento/objeto (ceira) aplicado a um alvo inadequado (camarão). Trata‑se de uma construção típica da fala popular para realçar a incongruência; a origem precisa não é documentada.
Notas de uso
- Usa-se para criticar ou ironizar tentativas imprudentes, desajeitadas ou mal preparadas.
- A referência a «João Garanhão» e imagens animais/utensílios é típica da linguagem popular, com efeito humorístico ou depreciativo.
- Não é uma expressão formal; mais comum em registos coloquiais ou regionais.
- Pode ser usada tanto para pessoas como para situações (ex.: ferramentas erradas, planos mal concebidos).
Exemplos
- O chefe mandou o contabilista liderar as obras sem saber nada de construção — João Garanhão, focinho de cão, vai com a ceira ao camarão.
- Levar um camião para apanhar morangos é um caso de 'João Garanhão, focinho de cão, vai com a ceira ao camarão': claramente não é a ferramenta adequada.
- Quando o aluno sem prática decide organizar o concerto sozinho, toda a gente pensou 'João Garanhão...' — ia correr mal.
Variações Sinónimos
- Cada macaco no seu galho.
- Não se põe o carro à frente dos bois.
- Levar o martelo para aparafusar (expressão popular análoga).
Relacionados
- Quem muito quer, pouco acerta (quando a ambição supera a capacidade).
- Não se põe o carro à frente dos bois (sobre ordem e adequação).
- Cada macaco no seu galho (sobre aptidão para tarefas).
Contrapontos
- Quem não arrisca, não petisca (incentiva tentar mesmo sem meios perfeitos).
- A necessidade aguça o engenho (quando a falta de recursos estimula soluções improvisadas).
Equivalentes
- Inglês
Don't bring a knife to a gunfight / A square peg in a round hole (expressões que indicam incompatibilidade entre meios/pessoa e tarefa). - Inglês (alternativo)
Like a bull in a china shop (para enfatizar desajeitamento em contexto delicado). - Espanhol
Zapatero, a tus zapatos (sugerindo que cada um deve ficar na sua área de competência).