A teu rei nunca ofendas, nem lances em suas rendas
Aconselha a não insultar ou pôr em causa o soberano nem questionar publicamente os seus rendimentos ou prerrogativas; é um aviso à prudência perante a autoridade.
Versão neutra
Não insultes quem está no poder nem ponhas em causa as suas rendas ou privilégios publicamente.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que não se deve insultar nem desafiar quem ocupa uma posição de poder, nem pôr em causa os seus rendimentos ou privilégios, por prudência ou por dependência. - Ainda é aplicável hoje em dia?
Sim, de forma metafórica: aplica-se a relações de dependência (chefias, patrões, patronos). Contudo, o seu uso moderno deve ser ponderado, pois pode justificar a ausência de crítica legítima. - É um provérbio que defende a submissão?
Pode ser interpretado assim. Tradicionalmente aconselha prudência, mas também pode ser criticado por favorecer silêncio perante abusos de poder. - Quando é apropriado usá-lo?
Quando se quer advertir alguém sobre os riscos de confrontar uma autoridade da qual depende materialmente ou institucionalmente; evita-se em debates sobre direitos e justiça.
Notas de uso
- Provérbio de tom admonitório, próprio de sociedades monárquicas ou hierárquicas.
- Usa-se para aconselhar cautela ao criticar alguém em posição de poder, sobretudo quando se depende dessa pessoa.
- Pode servir como advertência prática (evitar conflito) ou como comentário sobre submissão e clientelismo, consoante o contexto.
- Nos dias de hoje aplica-se analogicamente a chefias, patrões ou instituições com poder de influência.
- Cuidado: invocar este provérbio pode ser interpretado como incentivo à censura ou à aceitação de injustiças.
Exemplos
- Numa corte antiga, era comum ouvir: «A teu rei nunca ofendas, nem lances em suas rendas», para evitar represálias depois de um tribunal.
- No escritório, o colega aconselhou-me: «Não critiques abertamente o director; a teu rei nunca ofendas, nem lances em suas rendas», querendo dizer que eu devia ser prudente.
Variações Sinónimos
- Não morda a mão que te dá de comer.
- Não te metas com quem te dá sustento.
- Não insultes quem detém o poder.
Relacionados
- Não mordas a mão que te dá de comer
- Ao César o que é do César
- Quem tem padrinho não morre pagão
Contrapontos
- Liberdade de expressão: criticar autoridades injustas é legítimo e pode ser necessário para corrigir abusos.
- Quando um governante é corrupto ou opressor, o silêncio por prudência pode perpetuar injustiças.
- Conformismo e medo não são valores desejáveis; há situações em que a denúncia é um dever cívico.
Equivalentes
- inglês
Don't bite the hand that feeds you. - espanhol
No muerdas la mano que te da de comer. - francês
Ne mordez pas la main qui vous nourrit.