A teu rei não ofendas, nem defraudes suas rendas.
Conselho para não ofender a autoridade e não sonegar os seus rendimentos: cumprir obrigações (nomeadamente fiscais) e manter-se cauteloso perante o poder.
Versão neutra
Não insultes o teu soberano nem defraudes os seus impostos.
Faqs
- O que significa este provérbio em poucas palavras?
Significa que não devemos ofender a autoridade nem sonegar os seus rendimentos: é um conselho para cumprir obrigações e manter prudência face ao poder. - É um provérbio que incentiva a submissão a qualquer poder?
Não necessariamente; historicamente serve como aviso prático. Contudo, tomado literalmente, pode legitimar submissão; hoje há contra‑argumentos que valorizam a crítica legítima e a resistência a injustiças. - Posso usar este provérbio em contextos modernos, como empresas ou relações pessoais?
Sim, mas com cautela: é compreendido metaforicamente (respeitar quem detém poder ou recursos e cumprir acordos). Em ambientes sensíveis pode soar arcaico ou autoritário.
Notas de uso
- Empregado historicamente em contextos em que a manutenção da ordem e do favor do soberano era vital para a sobrevivência social e económica.
- Hoje usa‑se sobretudo em sentido figurado, para aconselhar a não hostilizar quem detém poder ou fornece recursos e para insistir no cumprimento de obrigações (por ex. pagar impostos, cumprir contratos).
- Registo: arcaizante; pode soar conservador ou favorável à autoridade quando tomado literalmente.
- Uso irónico ou crítico é comum em contextos contemporâneos para denunciar conformismo ou submissão excessiva.
Exemplos
- O administrador lembrava ao pequeno comerciante o velho ditado: 'A teu rei não ofendas, nem defraudes suas rendas', como aviso para não atrasar os pagamentos dos impostos locais.
- Num debate sobre protestos e legalidade, alguém citou o provérbio para sublinhar que há limites práticos na oposição aberta a quem exerce o poder, embora isso não anule o direito à contestação legítima.
- Usou‑se de forma irónica quando o empregado criticou demasiado o patrão: 'A teu rei não ofendas…', disseram-lhe, a propósito da necessidade de manter a relação profissional.
Variações Sinónimos
- Ao teu rei não ofendas, nem lhe retires o que é seu.
- Ao rei não ultrajes nem lhe roubes as rendas.
- Não ofendas o soberano, nem deixes de cumprir os tributos.
Relacionados
- Em casa do rei, faz‑se como ele quer.
- Não bites a mão que te dá de comer. (equivalente idiomático em inglês)
- Quem paga, escolhe.
Contrapontos
- Em sociedades democráticas, o provérbio pode ser contestado: criticar e fiscalizar os detentores do poder é legítimo e necessário para evitar abusos.
- Recusa em pagar tributos pode ser forma de resistência civil quando as receitas são cobradas de forma injusta; a máxima perde validade num contexto de opressão sistemática.
- A obediência automática à autoridade pode perpetuar injustiças; o provérbio não dispensa o exame ético das ações do soberano ou do Estado.
Equivalentes
- Inglês
Don't bite the hand that feeds you / Render unto Caesar what is Caesar's - Espanhol
No muerdas la mano que te da de comer - Francês
Ne mordez pas la main qui vous nourrit - Latim (referência aos impostos)
Reddite quae sunt Caesaris Caesari