Cão de outro bairro não me venha ladrar neste.
Expressa rejeição à intromissão de estranhos: quem vem de fora não deve criticar, mandar ou provocar no espaço de outra pessoa/comunidade.
Versão neutra
Quem vem de fora não deve impor‑se nem criticar aqui.
Faqs
- Quando é adequado usar este provérbio?
Adequa‑se a contextos informais em que se pretende recusar a intervenção, crítica ou autoridade de alguém considerado externo ao grupo ou local. Evite‑o em situações profissionais formais. - O provérbio é ofensivo?
Pode soar ofensivo, porque tem tom de reprovação e exclusão. Usá‑lo implica confrontamento e deve ser evitado se se pretende manter civismo ou diálogo. - É um provérbio regional?
É de uso popular no português de Portugal e pode surgir em variantes locais; não é exclusivo de uma região específica, mas prevalece em contextos rurais e de vizinhança. - Há maneiras mais neutras de expressar a mesma ideia?
Sim. Frases como «prefiro que os assuntos locais sejam discutidos por quem vive aqui» ou «quem não conhece as práticas locais deve ouvir antes de criticar» transmitem a ideia sem o tom agressivo.
Notas de uso
- Tom frequentemente defensivo e territorial — usado para afirmar autoridade local ou recusar conselhos/ordens de forasteiros.
- Informal e potencialmente rude; adequado em conversas coloquiais, não em contextos formais ou diplomáticos.
- Pode aplicar‑se tanto a situações concretas (vizinhança, propriedade) como a contextos sociais/organizacionais (grupos, associações).
- A metáfora do cão sublinha agressividade/alarido de quem se intromete, não necessariamente perigo físico.
Exemplos
- Quando o novo gerente da sede fora criticou as práticas locais, o presidente da associação respondeu: «Cão de outro bairro não me venha ladrar neste».
- Na discussão sobre as festas do bairro, Maria cortou um visitante que opinava sem conhecer a tradição: «Cão de outro bairro não me venha ladrar neste».
- O proprietário devolveu a pergunta do inspetor com ironia: «Já que não mora aqui, cão de outro bairro não me venha ladrar neste».
- Quando começaram a chegar sugestões de fora para mudar o mercado semanal, os feirantes repetiram que quem não conhece a rotina não devia mandar.
Variações Sinónimos
- Cão de fora não me venha ladrar
- Cão de outro quintal não me venha ladrar
- Não vires ladrar aqui, que não és daqui
- Quem não mora aqui que não mande
Relacionados
- Cada terra com os seus usos
- Não te metas onde não és chamado
- Casa onde não entras não sabes o que há dentro
Contrapontos
- Receber com abertura opiniões de fora pode enriquecer práticas locais.
- Intervenções externas, quando bem informadas, podem corrigir injustiças ou promover melhorias.
- A hospitalidade e o diálogo evitam conflitos; excluir vozes externas pode ser conservador ou fechar portas a progresso.
Equivalentes
- Inglês
Don't come here and tell me what to do / Don't bark in my yard if you're from another street. - Espanhol
Perro ajeno no me venga a ladrar aquí (variante coloquial que transmite a mesma ideia de intromissão). - Francês
Chien d'ailleurs, ne viens pas aboyer ici (tradução literal e coloquial equivalente).