Da palavra que soltas, és tu escravo; a que reténs, é escrava tua

Da palavra que soltas, és tu escravo; a que reté ... Da palavra que soltas, és tu escravo; a que reténs, é escrava tua

Aviso de que as palavras que proferes te podem ligar a compromissos ou consequências, enquanto as que guardas ficam sob o teu controlo — chama à prudência ao falar.

Versão neutra

As palavras que dizes podem prender-te; as que guardas ficam sob o teu controlo.

Faqs

  • Quando devo usar este provérbio?
    Usa-o para aconselhar alguém a pensar antes de falar ou prometer algo, especialmente quando há consequências legais, profissionais ou sociais.
  • Aplica-se também às redes sociais?
    Sim. Publicações e comentários públicos podem criar obrigações reputacionais e consequências duradouras, pelo que a máxima é particularmente pertinente no ambiente digital.
  • Significa que nunca devo falar?
    Não. Significa que convém ponderar as palavras e avaliar quando a transparência é necessária; falar com responsabilidade é preferível a permanecer sempre calado.

Notas de uso

  • Usa-se para aconselhar cautela antes de prometer ou divulgar informação.
  • Aplica-se tanto a compromissos formais (promessas, contratos verbais) como a declarações informais (conversas, redes sociais).
  • Registo: neutro/formal; adequado em conselhos morais, conversas familiares e contextos profissionais.
  • Não é literal: refere-se a responsabilidade e consequências, não à escravatura física.
  • Pode ser invocado para justificar reserva ou para criticar quem fala sem pensar.

Exemplos

  • Antes de assinar o acordo, lembra-te: da palavra que soltas, és tu escravo; pensa bem no que prometes.
  • Depois de publicar o comentário polémico nas redes, percebeu demasiado tarde que as palavras que soltou o prenderam à polémica.
  • Num inquérito judicial, quem se compromete verbalmente com factos fica preso às suas declarações — por isso os advogados pedem cuidado nas respostas.
  • Numa negociação comercial, guardou para si certas objeções: a palavra que reteve permitiu-lhe mais margem de manobra.

Variações Sinónimos

  • Cuidado com o que dizes; as palavras prendem-te.
  • Palavra dada, palavra honrada.
  • Pensa antes de falar.
  • Palavras soltas não voltam.

Relacionados

  • Boca fechada não entra mosca (advoga o silêncio como proteção).
  • Palavra dada, palavra cumprida (valoriza cumprir promessas).
  • Quem muito fala, pouco acerta (critica a fala excessiva).

Contrapontos

  • Nem sempre o silêncio é uma vantagem: reter informação pode prejudicar terceiros ou ocultar injustiças.
  • Em situações de responsabilidade pública, falar com transparência é necessário; guardar palavras por conveniência pode ser antiético.
  • Algumas relações exigem expressar compromissos claros; recusar falar pode ser interpretado como falta de compromisso.

Equivalentes

  • inglês
    Be careful what you say; once spoken, words can bind you.
  • espanhol
    De la palabra que sueltas eres esclavo; la que guardas, es esclava tuya.
  • francês
    De la parole que tu laisses échapper, tu deviens esclave; celle que tu gardes est à ton service.

Provérbios