Deus cura, o médico manda a conta.
Contrapõe a intervenção divina na cura com a realidade prática de que o tratamento médico tem custos e responsabilidades.
Versão neutra
A cura pode ser atribuída a forças divinas, mas o médico cobra pelo serviço prestado.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Expressa a ideia de que, mesmo atribuída uma cura a uma intervenção divina, existem custos e responsabilidades humanas associados ao tratamento médico. - É ofensivo usar este provérbio numa conversa religiosa?
Depende do contexto e do tom. Em tom irónico ou crítico pode ser interpretado como desrespeitoso; usado com cuidado, pode ilustrar um ponto sobre custos e responsabilidades. - Quando é apropriado usá-lo?
Em discussões sobre custos de saúde, responsabilidade profissional ou para sublinhar a diferença entre fé e prática administrativa/financeira. Evitar em situações de sofrimento recente. - Tem origem religiosa?
Reflete uma visão cultural que combina referências religiosas (atribuir a cura a Deus) com a observação prática de que o trabalho humano tem custo; não é uma citação religiosa formal.
Notas de uso
- Usa-se frequentemente de forma irónica para sublinhar que, apesar de atribuir-se a Deus a cura, há custos e procedimentos humanos a cumprir.
- Aparece em discussões sobre custos de saúde, responsabilidade profissional e limitações da fé quando confrontada com necessidades materiais.
- Pode ser interpretado de modo religioso (valorizando a providência) ou laico (enfatizando a economia e a responsabilidade profissional).
- Evitar usar de modo desdenhoso numa situação de sofrimento sério, pois pode soar insensível ou reducionista.
Exemplos
- Quando o parente melhorou depois da cirurgia, o tio disse, meio a brincar: «Deus cura, o médico manda a conta», para lembrar que havia de pagar a clínica.
- Num debate sobre o financiamento da saúde pública alguém comentou: «Não basta acreditar que tudo se resolve; Deus cura, o médico manda a conta — precisamos de políticas que garantam tratamento acessível.»
Variações Sinónimos
- Deus cura e o médico recebe.
- Deus cura, o doutor cobra.
- Quem cura é Deus, quem cobra é o médico.
Relacionados
- A saúde não tem preço (expressão frequentemente usada em contraponto aos custos médicos).
- A fé remove montanhas (sobre acreditar em intervenções divinas, sem referência ao custo).
- Pagar é preciso (frase sobre a inevitabilidade de custos).
Contrapontos
- Pode ser criticado por minimizar a importância do acesso equitativo aos cuidados de saúde e por normalizar a cobrança em situações de emergência.
- Numa perspetiva laica, a cura resulta de intervenção científica e sistemas de saúde; a ênfase deve estar em políticas que reduzam barreiras financeiras.
- Em termos éticos, lembra que responsabilizar apenas a fé pode desviar a atenção da responsabilidade profissional e do dever de cuidado.
Equivalentes
- Inglês
God heals, the doctor bills. - Espanhol
Dios cura y el médico cobra. - Francês
Dieu guérit, le médecin envoie la facture. - Alemão
Gott heilt, der Arzt schickt die Rechnung.