É bom ladrão quem rouba a ladrão.
Expressa a ideia de que tirar proveito de alguém desonesto é socialmente tolerável ou até justificável, ainda que a acção em si seja censurável.
Versão neutra
Considera-se aceitável prejudicar alguém que já fez mal a outros, embora a acção possa continuar a ser reprovável.
Faqs
- O provérbio legitima o roubo contra quem já roubou?
Não. Trata-se de uma expressão popular que manifesta tolerância social ou ironia, mas não confere cobertura legal nem é um princípio ético universalmente aceite. - Em que contextos é mais frequente ouvir este provérbio?
Em conversas informais, comentários irónicos sobre justiça por conta própria, ou para expressar aprovação tácita quando alguém é prejudicado por actos desonestos. - Tem origem histórica conhecida?
A origem exacta não é documentada; é parte da tradição oral e tem variantes noutras línguas, sobretudo no espanhol. - Devo usar este provérbio em contextos formais?
Recomenda-se cautela: em contextos formais pode ser considerado insensível ou interpretado como apologia de actos ilícitos. Use-o apenas com intenção clara de ironia ou descrição.
Notas de uso
- Uso habitual em registo informal e coloquial; frequentemente dito de forma irónica ou para justificar uma acção reprovável contra alguém considerado desonesto.
- Não constitui justificação legal: roubar continua a ser crime mesmo que a vítima também seja desonesta.
- Pode reflectir sentimento popular de justiça retributiva — aprova-se a punição de quem faz mal por meios próprios.
- Quando usado em debate público, convém clarificar se é apenas figura de linguagem para evitar normalizar comportamentos ilegais.
Exemplos
- Quando soube que o comerciante vendia artigos roubados, algumas pessoas disseram «é bom ladrão quem rouba a ladrão» ao vê-lo perder os bens que lhe pertenciam.
- Ao discutir um caso de corrupção em que um rival foi enganado por outro corrupto, ela comentou ironicamente: «É bom ladrão quem rouba a ladrão», para sublinhar a ideia de vingança social, não o apoio à ilegalidade.
- Na conversa de café, alguém tentou justificar a apropriação de lucros ilícitos dizendo que o beneficiário era também desonesto; os outros lembraram que a expressão é popular, mas que não legitima o crime.
Variações Sinónimos
- Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão
- Quem rouba a ladrão merece perdão
- Roubar a ladrão não é roubar
Relacionados
- Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão
- Olho por olho, dente por dente
- A vingança não põe nada em paz
Contrapontos
- Do ponto de vista legal, o facto de a vítima ser desonesta não retira a ilicitude do acto de roubo.
- Moralmente, justificar o mal por um mal anterior pode perpetuar ciclos de violência e injustiça.
- Em termos práticos, agir por conta própria pode prejudicar processos de responsabilização formal (ex.: investigação policial, judicial).
Equivalentes
- es
Ladrón que roba a ladrón tiene cien años de perdón - en
A good thief is one who robs a thief (literal translation; no exact common English proverb)