Fazer-se de parvo para não remar.
Fingir ignorância ou incapacidade para evitar trabalho, esforço ou responsabilidade.
Versão neutra
Fingir não saber ou não poder para evitar assumir ou fazer uma tarefa.
Faqs
- O que quer dizer exactamente este provérbio?
Significa fingir incapacidade, ignorância ou desinteresse para evitar fazer uma tarefa ou assumir responsabilidades, numa situação colectiva. - É aceitável usar este comportamento?
Depende do contexto. Raramente é recomendado: pode prejudicar relações e a própria carreira. Pode, porém, ser uma resposta temporária em situações de sobrecarga ou conflito mal gerido. - Quando é apropriado dizer isto a alguém?
Usa-se sobretudo em registos informais e entre pessoas com confiança. Em ambiente profissional, é preferível apontar o problema de forma construtiva. - Tem origem marítima?
A metáfora de 'remar' sugere influências de actividades colectivas como a navegação, mas a origem exacta é incerta e típica do léxico popular.
Notas de uso
- Uso informal e geralmente pejorativo: acusa alguém de deliberadamente evitar contribuir.
- A metáfora 'remar' remete para trabalho colectivo (barca, equipa); quem ‘não rema’ deixa os outros a suportar o esforço.
- Pode ser usado de forma crítica (condenatória) ou irónica (brincadeira entre amigos).
- Em contextos profissionais, acusar alguém assim pode ser considerado confrontacional; convém moderar o tom.
Exemplos
- Na reunião de equipa, quando pediram voluntários para a apresentação, ele fez-se de parvo para não remar e acabou por não dizer nada.
- Não adianta fazer-se de parvo para não remar: se ninguém contribuir, o projecto fica parado e todos ficam a perder.
- Quando há limpezas em casa, um dos filhos sempre se faz de parvo para não remar; depois reclama quando a casa está desarrumada.
- Num barco, se um remador se fizer de parvo para não remar, os restantes sentirão logo a diferença na velocidade e no equilíbrio.
Variações Sinónimos
- Fazer-se de tonto para não remar
- Fingir-se de parvo para não ajudar
- Fazer-se de morto (em sentido figurado)
- Fingir ignorância para evitar trabalho
Relacionados
Contrapontos
- Estratégia com custos: perder confiança da equipa, reputação profissional e oportunidade de aprendizagem.
- Pode ser interpretado como desonestidade ou preguiça; em algumas situações há razões legítimas para não participar (cansaço, saúde, sobrecarga).
- Em grupos horizontais, a carga desigual pode gerar ressentimento e conflitos.
- Por vezes é uma táctica de autopreservação em ambientes tóxicos, mas a solução duradoura requer comunicação e redistribuição de tarefas.
Equivalentes
- Inglês
To play dumb to avoid work / to shirk responsibility (equivalente: 'play dumb') - Espanhol
Hacerse el tonto para no remar / hacerse el tonto para no trabajar - Francês
Se faire passer pour stupide pour éviter de ramer / éviter de travailler - Alemão
Sich dumm stellen, um nicht rudern zu müssen (sich dumm stellen, um Arbeit zu vermeiden)