Adverte que o excesso (particularmente a gula ou uma festa) causa mais mal do que as melhores curas podem remediar; uso irónico para criticar exageros ou tratamentos que fazem mais mal que bem.
Versão neutra
A ceia matou mais do que Avicena conseguiu curar.
Faqs
Quem foi Avicena? Avicena (Ibn Sīnā) foi um médico, filósofo e autor persa (980–1037) cuja obra médica, especialmente o "Cânone da Medicina", foi referência na Europa e Oriente Médio durante séculos.
Quando se usa este provérbio? Usa-se para criticar excessos (principalmente à mesa) ou para descrever situações em que uma prática ou intervenção causa mais danos do que as soluções disponíveis conseguem reparar.
O provérbio é ofensivo para a medicina ou para Avicena? Não necessariamente; trata-se de hipérbole popular. Pode ser interpretado como crítico dos excessos ou de más práticas, não como uma avaliação histórica da contribuição de Avicena.
Há equivalentes modernos? Sim — expressões como «o remédio é pior que a doença» ou «too much of a good thing» (inglês) transmitem ideia semelhante.
Notas de uso
Registo: popular e irónico; usado informalmente.
Contextos comuns: crítica à gula, festas excessivas, intervenções que causam mais danos que benefícios.
Tonalidade: pode ser jocosa ou censora, conotando prudência.
Não é uma afirmação científica: refere-se a perceção cultural sobre excessos, não a dados médicos.
Exemplos
Depois daquela festa, muita gente ficou indisposta; mais matou a ceia que curou Avicena, disse o anfitrião com humor.
Quando um tratamento tem efeitos secundários piores que a doença, costuma-se comentar: 'Mais matou a ceia que curou Avicena'.
Variações Sinónimos
A ceia matou mais do que curou Avicena.
Mais matou a ceia do que curou Avicena.
A festa matou mais do que Avicena curou.
O remédio pior que a doença (expressão relacionada)
Relacionados
O remédio pior que a doença
Mais vale prevenir que remediar (relacionado à ideia de prevenção)
Gula e excessos como causa de males
Contrapontos
Avicena foi um médico pioneiro; o provérbio usa a figura histórica de forma hiperbólica e não pretende desvalorizar a medicina científica.
Na medicina moderna, tratamentos são avaliados por risco/benefício; o provérbio serve sobretudo como metáfora cultural, não como juízo técnico.
Em situações em que a intervenção salva vidas óbvias, a expressão não se aplica.
Equivalentes
inglês The feast killed more than Avicenna cured. / Too much of a good thing.
espanhol La cena mató más de lo que curó Avicena.
francês Le banquet a tué plus qu'Avicenne n'a guéri.