Perda de marido, perda de alguidar: um quebrado, outro no poial.
Expressa a ideia de que uma perda pode trazer outras perdas subsequentes — as desgraças tendem a agravar‑se ou a propagar‑se.
Versão neutra
Quando se perde o pilar de casa, perde‑se também o que ele protegia — uma perda traz outra.
Faqs
- O que significa literalmente o provérbio?
Literalmente refere‑se à perda do marido e à perda de um alguidar (recipiente doméstico), com a imagem de um quebrado e outro no poial; figurativamente significa que uma perda leva a outras perdas. - Em que contextos se pode usar?
Usa‑se para comentar situações em que problemas se acumulam — por ex., falências, mortes, perdas familiares ou profissionais — com um tom de lamentação, conselho ou ironia. - O provérbio é ofensivo por ser sexista?
O provérbio reflecte valores tradicionais em que o marido era figura central da família; pode ser considerado anacrónico ou sensível hoje. É aconselhável avaliar o contexto antes de o usar, para evitar reforçar estereótipos de género.
Notas de uso
- Usado sobretudo em contextos rurais e familiares para comentar a sucessão de azares ou o declínio de um agregado quando falta uma figura central.
- Pode ser proferido com tom fatalista, prudencial ou irónico, dependendo do contexto.
- O provérbio reflete papéis de género e estruturas sociais tradicionais (referência ao 'marido' como elemento protector/provedor); hoje pode ser considerado sensível ou anacrónico.
- Não é literal: 'alguidar' simboliza bens domésticos ou a ordem da casa, e 'poial' remete para imagens rurais de desorganização ou perda.
Exemplos
- Depois de o pai falecer e a família começar a vender os móveis para pagar dívidas, a vizinha murmurou: «Perda de marido, perda de alguidar».
- O projecto perdeu o seu coordenador e, logo a seguir, vários contratos foram cancelados — foi mesmo um caso de perda de marido, perda de alguidar.
Variações Sinónimos
- Perde‑se o homem, perde‑se o alguidar.
- Quando falta o pilar, a casa desmorona.
- Uma desgraça puxa outra.
- Quando um mal vem, outro não tarda.
Relacionados
- Uma desgraça nunca vem só.
- Quando um mal vem, vem a companhia.
- Mais vale prevenir do que remediar.
Contrapontos
- Depois da tempestade vem a bonança.
- Há males que vêm para bem.
- A esperança é a última a morrer.
Equivalentes
- Inglês
When it rains it pours / Misfortunes never come alone. - Espanhol
Una desgracia nunca viene sola. - Francês
Un malheur n'arrive jamais seul.