Quem mais tem e mais quer, com o seu mal morre.
Advertência contra a ganância: quem possui muito e deseja sempre mais acaba por ser prejudicado pela própria ambição.
Versão neutra
Quem tem muito e ainda ambiciona mais acaba por se prejudicar por causa da própria ganância.
Faqs
- O que quer dizer exactamente este provérbio?
Significa que a cobiça e a ambição desmedida podem levar à ruína: quem não se contenta com o que tem corre o risco de perder o que já conquistou. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se pretende advertir contra decisões arriscadas motivadas por ganância — por exemplo, investimentos excessivos, disputas por bens ou consumo compulsivo. - Este provérbio é uma condenação moral absoluta da ambição?
Não necessariamente; funciona como conselho prudencial. Reconhece que ambição descontrolada é perigosa, sem negar que ambição moderada possa ser positiva. - Há variações mais breves ou populares deste ditado?
Sim. Formas semelhantes em português incluem «Quem tudo quer, tudo perde» ou «Quem muito tem, mais quer», que transmitem a mesma ideia de aviso contra a ganância.
Notas de uso
- Usa-se para censurar ou avisar contra a cobiça e a ambição desmedida.
- Tom: moralizador; registado como linguagem popular e proverbial (informal a neutro-formal).
- Não descreve inevitabilidade absoluta — funciona como regra prática ou conselho prudencial.
- Pode ser usado em contextos pessoais (família, consumo) e profissionais (negócios, gestão de risco).
- Ao empregá-lo, convém evitar atribuições simplistas de culpa quando há causas estruturais (pobreza, injustiça).
Exemplos
- O empresário endeudou-se para comprar mais ativos e acabou falido; dizem que quem mais tem e mais quer, com o seu mal morre.
- Na herança, a disputa entre irmãos levou à perda de bens e relações; é o caso de quem mais tem e mais quer, com o seu mal morre.
Variações Sinónimos
- Quem muito tem, mais quer.
- Quem tudo quer, tudo perde.
- Quanto mais se tem, mais se ambiciona — e isso pode destruir.
Relacionados
- Quem tudo quer, tudo perde.
- Quem muito abarca, pouco aperta.
- Mais vale pouco e certo do que muito incerto.
- A ganância rompe o saco.
Contrapontos
- A ambição moderada pode incentivar trabalho, inovação e progresso económico.
- Nem toda a acumulação é negativa: poupança e investimento responsáveis não equivalem necessariamente a ganância.
- Muitas vezes a origem de comportamentos de acumulação é necessidade ou insegurança económica, não apenas desejo excessivo.
Equivalentes
- Inglês
He who has much and still wants more suffers from his own greed. / He who wants everything loses everything. - Espanhol
Quien mucho tiene y quiere más, por su ambición se arruina. (Relacionado: «Quien mucho abarca, poco aprieta».) - Francês
Qui veut toujours plus finit par y perdre. (Semelhante a «Qui trop embrasse mal étreint».)