Quem mal padece, mal merece

Quem mal padece, mal merece.

Afirma que quem sofre um infortúnio provocado pelas suas próprias ações merece a consequência — juízo moral sobre responsabilidade e castigo.

Versão neutra

Quem sofre as consequências das próprias ações merece‑as.

Significa que todas as vítimas merecem o que lhes acontece?
Não. O provérbio exprime um juízo moral sobre quem sofre por culpa própria, mas não é aplicável a todos os casos; muitas pessoas sofrem por razões externas ou injustas.
É adequado usar este provérbio em contextos formais?
Depende. Em textos ou discursos que discutem responsabilidade pessoal pode ser pertinente, mas convém evitar‑o quando há risco de culpabilizar indevidamente ou ignorar fatores estruturais.
Qual é a diferença para 'quem semeia, colhe'?
'Quem semeia, colhe' tem um sentido mais geral de consequência das ações (positivo ou negativo). 'Quem mal padece, mal merece' enfatiza especificamente a ideia de merecimento negativo em consequência de ações más.

Usa‑se para comentar situações em que alguém sofre por culpa própria ou por escolhas erradas.
Tem tom condenatório; frequentemente empregue para justificar represálias ou consequências justas.
Em contextos formais, pode soar duro ou culpabilizador; convém moderar quando há vítimas inocentes ou causas sociais externas.
Não é uma regra factual: muitas pessoas sofrem por motivos alheios ao seu comportamento.

Depois de se ter visto envolvidos em fraudes, muitos cidadãos disseram que, quanto às medidas punitivas, 'quem mal padece, mal merece'.
Quando perdeu a licença por desrespeitar as normas de segurança, o gerente ouviu colegas comentarem: 'quem mal padece, mal merece'.
Num debate sobre acidentes de trabalho, alguém usou o provérbio para sublinhar responsabilidade pessoal; outro interlocutor respondeu que nem sempre se aplica, pois há fatores estruturais.

Nem sempre quem sofre mereceu—existem vítimas de injustiça, acidentes e circunstâncias fora do controlo individual.
Aplicar o provérbio sem distinguir causas pode conduzir a culpabilização das vítimas e a negligência de causas sociais ou estruturais.
Em direito e ética, merece consideração a diferença entre culpa pessoal e responsabilidade coletiva.

English
He who does wrong deserves to suffer (or: You reap what you sow).
Español
Quien mal hace, mal acaba.
Français
Qui fait le mal récolte le mal (variante: on récolte ce que l'on sème).