Um emaranhou, outro desemaranhou.
Indica que uma pessoa complica ou cria um problema e outra é quem o resolve; pode referir cooperação, alternância de papéis ou crítica a quem causa dificuldades.
Versão neutra
Alguém complica, outro resolve.
Faqs
- Qual é o sentido principal do provérbio?
Significa que alguém causa uma complicação e outra pessoa tem de a resolver; pode expressar cooperação, resignação ou crítica, conforme o tom. - Em que contextos se costuma usar?
É usado em contextos informais para comentar situações familiares, de trabalho ou administrativas em que o problema de alguém é resolvido por outra pessoa. - É apropriado usar em textos formais?
Geralmente não. Em contextos formais é preferível explicar a situação concretamente, evitando provérbios que possam ser interpretados como jocosos ou pouco profissionais. - Há variações regionais?
Sim. Há formas semelhantes como «Um enreda, outro desenreda» e variações locais que mantêm a ideia central.
Notas de uso
- Uso coloquial e recorre frequentemente a tom irónico ou crítico, dependendo do contexto.
- A forma literal refere-se a desenredar algo emaranhado (fio, linha, cabelo) e dá origem ao sentido figurado.
- Pode ser empregue para elogiar quem resolve problemas ou para censurar quem os cria e não os corrige.
- Na linguagem inclusiva moderna, pode substituir-se por "Alguém complica, outro resolve" para evitar a marcação masculina genérica.
Exemplos
- Durante a reunião, João complicou a apresentação com dados confusos; no fim, a Sofia explicou tudo e, como se diz, um emaranhou, outro desemaranhou.
- Na obra, o empreiteiro mudou o plano sem avisar e os engenheiros tiveram de refazer contas — um emaranhou, outro desemaranhou.
Variações Sinónimos
- Um enreda, outro desenreda.
- Quem enreda, outro desenreda.
- Um complica, outro descomplica.
- Um faz o nó, outro dá o nó (variação regional irónica).
Relacionados
- Quem faz a cama que a deite (variação sobre assumir responsabilidades)
- Mais vale prevenir do que remediar (prevenção versus resolução)
- Quem semeia ventos colhe tempestades (causa e consequência, em tom mais moralista)
Contrapontos
- O provérbio pode naturalizar a expectativa de que outras pessoas devam resolver erros alheios, o que nem sempre é justo.
- Usado em tom de chacota, pode desvalorizar o trabalho de quem teve de reparar a situação.
- Nem sempre é adequado em contextos formais: em ambientes profissionais, é preferível descrever factos sem recorrer a provérbios ambíguos.
Equivalentes
- inglês
Someone makes the mess, someone else has to clean it up. / One person messes it up, another untangles it. - espanhol
Uno enreda, otro desenreda. - francês
L'un embrouille, l'autre démêle. - alemão
Der eine verheddert es, der andere entwirrt es.