A letra mata, o espírito vivifica.
Alerta contra a interpretação estrita e literal das regras: a letra (forma) isolada pode prejudicar; o espírito (finalidade, intenção) dá vida e sentido.
Versão neutra
A aplicação literal das regras pode ser prejudicial; compreender a intenção e o propósito é o que realmente dá sentido.
Faqs
- Qual é a origem deste provérbio?
Vem do Novo Testamento da Bíblia, mais precisamente de 2 Coríntios 3:6, escrito pelo apóstolo Paulo, onde se contrapõe a letra da lei à ação vivificadora do Espírito. - Significa que as regras são sempre más?
Não. O provérbio critica o cumprimento mecânico e descontextualizado das regras. Reconhece-se que a letra é necessária em muitos casos, mas deve ser interpretada à luz do propósito e das circunstâncias. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se pretende sublinhar que a intenção, o contexto ou o propósito de uma norma ou prática são essenciais e que a obediência literal, isolada do sentido, pode produzir resultados negativos.
Notas de uso
- Usa-se para criticar formalismos, legalismos ou cumprimento mecânico de normas sem considerar o propósito.
- É comum em debates sobre direito, religião, ensino e gestão, quando se contrapõem letra da lei e intenção.
- Pode ser invocado para defender flexibilidade interpretativa, mas não justifica desrespeito total às regras.
Exemplos
- No hospital, seguir apenas o protocolo sem avaliar o doente pode ser prejudicial — a letra mata, o espírito vivifica: é preciso usar juízo clínico.
- Num contrato, interpretar cláusulas com rigidez excessiva pode arruinar relações; é melhor aplicar o espírito do acordo para resolver conflitos.
- O professor aplicou o teste estritamente pela correção formal; um colega chamou-lhe atenção: 'a letra mata, o espírito vivifica' — devemos valorizar a compreensão.
- Em debates religiosos, o provérbio lembra que a prática e a intenção da fé são tão importantes quanto as regras escritas.
Variações Sinónimos
- A letra mata, o espírito dá vida
- A lei mata, o espírito vivifica
- A letra sem espírito é vazia
- Cumprir a letra não equivale a viver o sentido
Relacionados
- Formalismo jurídico versus finalidade da norma
- Hermenêutica: interpretar a lei segundo o sentido
- Princípio do espírito da lei
- Crítica ao legalismo religioso
Contrapontos
- A observância estrita da letra pode ser necessária em situações de segurança, contratos e aplicação uniforme da justiça.
- Apelar sempre ao 'espírito' pode abrir margem a interpretações arbitrárias e desigualdades.
- É importante equilibrar rigor formal e compreensão teleológica; ambos têm papel legítimo conforme o contexto.
Equivalentes
- Inglês
The letter kills, but the Spirit gives life. - Espanhol
La letra mata, pero el espíritu vivifica. - Francês
La lettre tue, mais l'Esprit vivifie. - Latim
Litera occidit, spiritus vivificat. - Alemão
Der Buchstabe tötet, der Geist macht lebendig.