A Lua, quando pinta, quinta; e, se ao sexto não despinta, vai até aos trinta
Se um sinal, hábito ou problema não for interrompido cedo, tende a prolongar‑se por muito tempo.
Versão neutra
Quando um sinal aparece e não começa a desaparecer logo (até ao sexto dia), tende a prolongar‑se até ao fim do ciclo.
Faqs
- O provérbio fala literalmente sobre a Lua?
Não. Embora recorra à imagética lunar (pinta/despinta, dias do ciclo), é uma metáfora: o objeto é alertar para a tendência de algo não interrompido precoce para se prolongar. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer aconselhar ação ou correção imediata diante de um sinal inicial de problema — por exemplo, em indisciplina, vícios, pequenas avarias ou comportamentos que podem agravar‑se. - Qual é o tom registado por este provérbio?
Conselhador e cauteloso; típico da sabedoria popular, com um registo informal e prático.
Notas de uso
- Usa‑se para aconselhar intervenção precoce perante comportamentos, vícios ou problemas que podem agravar‑se.
- Registo: familiar e popular; encontra‑se em contexto rural e oral.
- Não é uma afirmação científica sobre a Lua, antes uma metáfora para a duração de um fenómeno.
- Pode aplicar‑se a situações sociais (indisciplina, dívidas) e a pequenas avarias que, sem reparação, pioram.
Exemplos
- O rapaz começou a faltar às aulas; ninguém o corrige e, como diz o provérbio, 'a Lua, quando pinta...', a situação arrastou‑se durante meses.
- Detectámos humidade na parede; se não tratarmos logo, como o ditado alerta, o problema vai até aos trinta — ou seja, prolonga‑se e agrava‑se.
- Se não reprimirmos pequenas despesas desnecessárias desde o início, elas podem transformar‑se numa conta pesada — 'quando pinta, quinta...'.
Variações Sinónimos
- Quando a lua pinta e não despinta, vai até ao trigésimo dia.
- Se não se corta cedo, acaba por durar muito.
- Dá‑se o primeiro passo e toma‑se o braço (sentido parecido de escalamento).
Relacionados
- Dá‑lhe um dedo e toma‑lhe o braço.
- Quem dá um passo maior que a perna, dá meia volta depois.
- Mais vale prevenir do que remediar.
Contrapontos
- Nem tudo o que começa fica para durar — há situações que desaparecem por si sem intervenção.
- Em alguns casos, esperar e observar é preferível à ação imediata; a intervenção precoce nem sempre é a melhor escolha.
Equivalentes
- Inglês
Nip it in the bud. / Give them an inch and they'll take a mile. - Espanhol
Dale la mano y te cogerá el brazo. - Francês
On n'élague pas un mauvais commencement, il prend de l'ampleur. (semelhante: «Donner un doigt, perdre le bras»)