Arranhado, quem te arranhou? Outro arranhado como eu.
Sugere que quem acusa ou se queixa muitas vezes partilha a mesma falha ou ferida do acusado — ou que houve reciprocidade na ofensa.
Versão neutra
Fostes ferido por alguém que também foi ferido da mesma forma; o agressor tem a mesma condição que eu.
Faqs
- O provérbio significa que a vítima e o agressor são sempre culpados na mesma medida?
Não necessariamente. O provérbio sugere semelhança ou reciprocidade, mas não prova culpa igual; é mais um comentário irónico do que uma sentença factual. - Quando devo usar este provérbio?
Em contextos informais para remarcar reciprocidade ou hipocrisia. Evite‑o em contextos formais, jurídicos ou quando é preciso lidar com queixas sérias com empatia. - É um provérbio comum em Portugal?
É relativamente pouco usado em formulação literal; a ideia de 'quem acusa também é culpado' é comum, mas a frase exata é mais coloquial e regional.
Notas de uso
- Usa-se para devolver uma acusação ou para salientar que o ofensor e a vítima são semelhantes.
- Tem tom irónico; funciona bem em diálogos informais, debates e reparos pessoais.
- Pode ser usado tanto para justificar uma ação como para desacreditar uma queixa — atenção ao risco de parecer desdenhoso.
- Não é aconselhável em contextos formais ou onde seja necessário reconhecer responsabilidades reais.
Exemplos
- Quando ela me chamou de frio, respondi com um sorriso e o provérbio: 'Arranhado, quem te arranhou? Outro arranhado como eu.'
- No debate sobre a gestão da empresa, um diretor acusou o outro de negligência e ouviu a réplica irónica: 'Arranhado, quem te arranhou? Outro arranhado como eu.'
- Ao discutir uma traição, um amigo disse: 'Não me venhas com moralismos — arranhado, quem te arranhou? Outro arranhado como eu.'
Variações Sinónimos
- Arranhado — quem te arranhou? Outro arranhado.
- Quem te arranhou? Outro tão arranhado como eu.
- Fostes arranhado; quem o fez? Outro arranhado.
- Toma lá, que também te deram — dois arranhados.
Relacionados
- Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
- Toma lá, dá cá.
- Aos que com porrete andam, com porrete acabam.
Contrapontos
- Nem toda acusação implica que o acusador seja igual ao acusado — o provérbio pode encobrir responsabilidades reais.
- Usá‑lo pode minimizar queixas legítimas e impedir resolução ou reconciliação.
- Empregar ironia em situações sensíveis pode agravar conflitos em vez de os resolver.
Equivalentes
- inglês
Takes one to know one. - espanhol
Arañado, ¿quién te arañó? Otro arañado como yo.