Coisa muito desejada, não há como guardá-la.
Quando algo é intensamente desejado (por muitos ou por alguém), torna‑se difícil mantê‑lo oculto ou conservá‑lo apenas para si.
Versão neutra
O que é muito desejado dificilmente se consegue manter reservado.
Faqs
- Qual é o sentido principal deste provérbio?
O sentido principal é que a cobiça — seja coletiva em relação a um bem, seja pessoal relativamente a alguém ou algo — tende a pôr em risco a conservação ou o sigilo desse bem ou emoção. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Use‑o ao comentar situações em que a ambição ou o desejo expõe ou dispersa algo valioso (um objecto, uma posição, um afecto) ou quando uma emoção se torna visível apesar de repressões. - Tem origem conhecida ou regional?
Não há origem documentada específica fornecida; trata‑se de uma formulação popular cuja ideia aparece em várias línguas e tradições.
Notas de uso
- O provérbio é ambíguo: pode referir‑se a bens/posses que, por serem cobiçados, são difíceis de proteger; ou ao desejo pessoal que se torna visível e impossível de esconder.
- É usado para comentar situações em que a cobiça coletiva provoca perda ou exposição e também para descrever emoções que denunciam quem as sente.
- Tomar atenção ao contexto: em situações de segurança material remete para vulnerabilidade externa; em contextos pessoais remete para expressão involuntária do desejo.
Exemplos
- A casa com o terreno ao pé da estrada tornou‑se alvo de todos na aldeia; no fim, coisa muito desejada, não há como guardá‑la — venderam‑na por pressão de herdeiros.
- Ela fingia indiferença, mas quando conversávamos percebia‑se o interesse; o provérbio vale aqui: coisa muito desejada, não há como guardá‑la.
- Numa feira em que todos queriam o mesmo produto raro, ninguém conseguiu reservá‑lo: quando algo é muito cobiçado, é difícil guardá‑lo.
Variações Sinónimos
- O que é muito desejado não se pode guardar.
- O que todos cobiçam não se conserva.
- Desejo grande não se esconde.
Relacionados
- Quem muito quer, tudo perde.
- Não há segredo que o tempo não revele.
- Desejo e cobiça têm pernas curtas.
Contrapontos
- Nem tudo o que é desejado se perde: bens bem protegidos e decisões ponderadas permitem guardar ou preservar aquilo que se estima.
- O provérbio generaliza a dinâmica da cobiça; em contextos institucionais (contratos, segurança) é possível impedir a perda de algo desejado.
- Quanto ao desejo pessoal, nem sempre quem deseja muito o exterioriza; há culturas e pessoas que conseguem controlar ou ocultar emoções.
Equivalentes
- Inglês
What is greatly desired cannot be kept hidden. - Espanhol
Lo muy deseado no se puede guardar. - Francês
Ce que l'on désire ardemment, on ne peut le garder.