De pai vilão, filho fidalgo, neto ladrão.
Indica que traços morais ou comportamentais podem variar entre gerações, por vezes invertendo-se; sugere ironia sobre a imprevisibilidade da herança social ou moral.
Versão neutra
As gerações podem divergir: um antepassado pode ser desonesto, o filho honrado e o neto voltar a ser desonesto — a relação entre gerações não é linear.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Sugere que o comportamento ou a reputação podem mudar de geração para geração, por vezes de forma inesperada ou contraditória, frequentemente usado com ironia. - Devo usar este provérbio para descrever pessoas reais?
Não é recomendável em contextos sérios, pois pode ser ofensivo e simplista; melhor evitar quando possa causar dano ou calúnia. - É um comentário sobre hereditariedade biológica?
Não. É um juízo moral e social popular; decisões e circunstâncias ambientais têm grande influência sobre o comportamento individual. - O provérbio é ofensivo?
Pode ser. Usa termos que estigmatizam classes e caracterizações morais; convém cautela no uso.
Notas de uso
- Usa‑se em contexto informal para comentar famílias em que os comportamentos ou a reputação mudam entre gerações.
- Tem tom irónico e pode ser pejorativo; evite em contextos formais ou ao referir pessoas concretas de forma acusatória.
- Contém termos arcaicos e referências a classes sociais (vilão, fidalgo) que hoje soam datados.
- Não deve ser interpretado como afirmação científica sobre hereditariedade; é um juízo moral popular.
Exemplos
- Ao ver a família branca e ruiva: «De pai vilão, filho fidalgo, neto ladrão» disse ele, com ironia sobre as voltas que a vida dá.
- Quando comentámos que o avô fora corrupto, o pai cumpridor e o neto envolvido em problemas, concluímos: as gerações mudam — nem sempre «tal pai, tal filho».
- Usou o provérbio para sublinhar que a boa reputação de uma geração não garante comportamento semelhante nas seguintes.
Variações Sinónimos
- De avô vilão, pai fidalgo, neto ladrão
- De pai vilão, filho nobre, neto ladrão
- Forma reduzida (irónica): «Pai vilão, filho fidalgo»
Relacionados
- Tal pai, tal filho (semelhante, mas afirma semelhança entre gerações)
- De tal palo, tal astilla (espanhol: «de tal palo, tal astilla» — mesma ideia de herança comportamental)
- A mancha do filho é da mãe (dito popular sobre influência familiar)
Contrapontos
- Ciência social e genética mostram que comportamento e moralidade resultam de interação entre ambiente, educação e fatores individuais, não apenas herança direta.
- O provérbio simplifica e estigmatiza: nem sempre o estatuto social determina o carácter de descendentes.
- Uso do provérbio pode perpetuar estereótipos e julgamentos morais sem evidência.
Equivalentes
- Inglês
"From a villain father, a noble son, and a thief grandson" (tradução literal); aproximado por "Like father, like son" para ideia de hereditariedade. - Espanhol
"De padre villano, hijo hidalgo, nieto ladrón" (variante literal em espanhol); relacionado com "De tal palo, tal astilla". - Francês
"De père vilain, fils noble, petit‑fils voleur" (tradução literal); expressão próxima: «Tel père, tel fils».