À laranja e ao fidalgo, o que quiser; ao limão e ao vilão, o que tiver
À laranja e ao fidalgo, o que quiser; ao limão e ao vilão, o que tiver.
Critica o tratamento desigual: aos poderosos ou afortunados dá‑se abundantemente; aos humildes ou desprezados dá‑se apenas o que já possuem.
Versão neutra
Aos nobres dá‑se o que pedirem; aos humildes dá‑se apenas o que têm.
Faqs
O que significa exactamente este provérbio? Significa que a sociedade costuma dar mais aos que têm estatuto ou riqueza (os 'fidalguinhos', simbolizados aqui pela 'laranja') e dar pouco ou apenas o mínimo aos que não têm posição ou prestígio (os 'vilões', simbolizados pelo 'limão'). É uma crítica à desigualdade de tratamento.
Quando é apropriado usar este provérbio? Usa‑se quando se quer assinalar favoritismo, injustiça ou privilégios indevidos — por exemplo, em comentários sobre política, empresas ou situações familiares onde o estatuto determina benefícios.
O provérbio é ofensivo ou politicamente incorrecto? O provérbio reflecte uma observação social e pode ser usado de forma crítica ou irónica. Não é necessariamente ofensivo, mas pode ser considerado insensível se aplicado para humilhar ou estigmatizar indivíduos; convém usá‑lo com cuidado.
Notas de uso
Usa‑se para comentar favoritismos sociais, privilégios hereditários ou tratamentos diferentes por status.
Frequentemente empregado com tom irónico ou crítico para denunciar injustiças.
Pode aparecer em contextos políticos, familiares ou empresariais para sublinhar desigualdade no acesso a recursos ou favores.
Exemplos
Na reunião de diretoria ficou claro: a favor do presidente aprovavam‑se todos os projetos, mas os pedidos dos restantes funcionários eram ignorados — à laranja e ao fidalgo, o que quiser; ao limão e ao vilão, o que tiver.
Quando distribuíram os bónus, os gestores receberam o que pediram e o pessoal administrativo ficou com o que havia sobrado — o provérbio descrevia bem a situação.
Variações Sinónimos
Aos poderosos muito, aos humildes pouco.
Ao rico dá‑se; ao pobre dá‑se o que há.
Favorece‑se quem tem status; aos outros sobra‑se o resto.
Relacionados
Quem tem padrinho chega a presidente (critica o nepotismo e o favorecimento).
O rico fica mais rico, o pobre fica mais pobre (desigualdade económica).
Ao que tem, mais se lhe dará (observação sobre acumulação de bens/poder).
Contrapontos
Princípio da igualdade: todos devem ser tratados da mesma forma, independentemente do estatuto.
Mérito em vez de privilégios: atribuir oportunidades conforme competência, não origem.
Políticas redistributivas: distribuir mais a quem tem menos, em oposição à lógica do provérbio.
Equivalentes
English The rich get what they want; the poor get what they have (rough equivalent highlighting preferential treatment).
Spanish Al rico todo, al pobre lo que tiene (equivalente aproximado sobre desigualdad de trato).
French Aux nobles ce qu'ils veulent, aux vilains ce qu'ils ont (tradução literal e equivalente de sentido).