Desgraça de dez-tostões é se trocar.
Não vale a pena trocar uma pequena desgraça conhecida por outra incerta ou potencialmente pior.
Versão neutra
Não convém trocar uma pequena desgraça conhecida por outra que se desconhece e possa ser pior.
Faqs
- O que significa 'dez-tostões' neste provérbio?
'Tostão' era uma pequena unidade monetária antiga em Portugal; 'dez-tostões' indica um valor ínfimo, usado metaforicamente para dizer 'pequena desgraça' ou inconveniente leve. - Quando devo usar este provérbio?
Use-o para aconselhar prudência quando alguém pensa em trocar uma situação desconfortável mas previsível por uma alternativa incerta que pode ser pior. Evite-o quando a mudança foi estudada e os benefícios são claros. - O provérbio é adequado em contexto formal?
Tem um tom coloquial e algo arcaico; funciona melhor em conversas informais ou texto literário que pretende um registo tradicional. Em contextos formais, prefira uma formulação neutra.
Notas de uso
- Tom tradicional e coloquial; hoje soa arcaico por causa de 'dez-tostões'.
- Usa-se para aconselhar cautela ao mudar uma situação desagradável mas controlada.
- Equivale a preferir um mal conhecido a um bem incerto; frequentemente aplicado a escolhas práticas (emprego, investimentos, relações).
- Não é um enunciado absoluto: não impede considerar mudanças quando os benefícios superam os riscos.
Exemplos
- Apesar de o trabalho ser monótono, ele lembrou-se: 'desgraça de dez-tostões é se trocar' e decidiu não aceitar a proposta arriscada.
- Quando a família quis mudar de casa para arriscar um negócio, a avó comentou o provérbio para avisar que um incómodo conhecido pode ser preferível a algo incerto.
- Depois de várias promessas falhadas, preferiram manter o pequeno rendimento garantido: mais vale a desgraça de dez-tostões que trocar por nada.
Variações Sinónimos
- Mais vale o diabo que se conhece...
- Mais vale o mal conhecido do que o bem por conhecer
- Antes o remédio conhecido do que o remédio desconhecido
Relacionados
- Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (semelhante na ideia de seguridade)
- Antes o diabo que se conhece do que o diabo que se desconhece
Contrapontos
- Nem sempre permanecer na situação conhecida é a melhor opção; mudanças informadas podem melhorar a vida.
- O provérbio pode justificar acomodação e medo de risco, impedindo progresso ou reparação de situações claramente insatisfatórias.
- Avaliar riscos e benefícios com dados concretos é preferível a aplicar o ditado sem análise.
Equivalentes
- inglês
Better the devil you know than the devil you don't. - espanhol
Más vale lo malo conocido que lo bueno por conocer. - francês
Mieux vaut le diable qu'on connaît que celui qu'on ne connaît pas.