Desprezos há que honram os desprezados.
Alguns gestos de desprezo ou críticas podem, paradoxalmente, valorizar ou destacar quem é alvo deles.
Versão neutra
Há desprezos que acabam por honrar quem é desprezado.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio em poucas palavras?
Significa que, por vezes, uma demonstração de desprezo ou crítica pode acabar por conferir maior prestígio, atenção ou simpatia à pessoa visada. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se observa que um ataque, insulto ou tentativa de menoscabar alguém teve o efeito oposto, atraindo apoio ou interesse para essa pessoa; normalmente em comentários analíticos ou irónicos. - Significa que devo desprezar os outros para os valorizar?
Não. O provérbio descreve um fenómeno social observado, não uma recomendação. Provocar ou humilhar pode causar danos reais e não garante um resultado favorável. - Tem origem literária conhecida?
Não há fonte literária conclusiva identificada; trata‑se de um dito popular difundido na língua portuguesa.
Notas de uso
- Usado para sublinhar que um ataque, ridicularização ou tentativa de menosprezo pode aumentar a notoriedade ou a estima do visado.
- Emprega-se com frequência em contexto irónico ou de comentário social para apontar o efeito inverso das ofensas.
- Não implica que todo desprezo seja vantajoso; depende do contexto, da perceção pública e da reação do visado.
- Tomar o provérbio como justificação para provocar ou humilhar outros é inadequado; vise-se a observação do comportamento social, não a legitimação do abuso.
Exemplos
- Quando um crítico famoso ridicularizou o artista, o público interessou‑se ainda mais: por vezes, desprezos há que honram os desprezados.
- A tentativa de diminuir a candidata na campanha trouxe‑lhe mais atenção mediática; nesse caso, os desprezos acabaram por honrá‑la.
- O autor foi alvo de escárnio, mas a polémica aumentou as vendas do livro — um exemplo prático do provérbio.
Variações Sinónimos
- Há desprezos que acabam por glorificar os desprezados.
- Alguns desprezos elevam quem é desprezado.
- Nem todo desprezo diminui quem o recebe; uns até o engrandecem.
Relacionados
- Nem toda a publicidade é má (variante moderna: 'Não há publicidade má').
- Quem muito fala, pouco convence (contraste sobre reputação e atenção).
- Quem ri ao último ri melhor (quando o desprezado acaba por sair por cima).
Contrapontos
- Muitos desprezos ferem profundamente e isolam; não é regra que beneficiem o visado.
- O provérbio pode ser mal interpretado como incentivo ao conflito; a violência verbal ou social costuma ter consequências negativas.
Equivalentes
- inglês
Some scorn confers honour on the scorned / There's no such thing as bad publicity. - espanhol
Hay desprecios que honran a los despreciados. - francês
Il y a des mépris qui honorent les méprisés / Il n'y a pas de mauvaise publicité.