É melhor não mexer o arroz, ainda que cheire a esturro.
Conselha a não intervir numa situação que já está estabelecida, por receio de a piorar, mesmo que existam pequenos sinais de problema.
Versão neutra
É preferível não intervir num processo já estabelecido, mesmo que mostre pequenos defeitos, para evitar agravá-lo.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que é preferível não mexer numa situação já estabelecida se a intervenção pode torná‑la pior, mesmo que existam sinais pequenos de problema. - Quando devo aplicar este provérbio?
Quando a situação funciona de forma aceitável e a intervenção implica riscos claros de agravamento; não se aplica em casos de perigo, ilegalidade ou violações éticas. - O provérbio encoraja a inércia?
Pode ser interpretado como encorajamento à inércia. Deve ser usado com critério, avaliando-se benefícios e riscos antes de optar por não agir. - Tem origem culinária?
Sim — usa a imagem do arroz a cheirar a esturro (ligeiramente queimado) para ilustrar a ideia de algo imperfeito mas melhor não ser remexido.
Notas de uso
- Usa-se quando a intervenção tem maior probabilidade de causar danos do que de trazer benefícios.
- Aplicável a políticas, projectos, processos ou relações pessoais que funcionam de forma aceitável apesar de defeitos.
- Não é adequado em casos de perigo iminente, ilegalidade ou violação ética: nesses casos a intervenção é necessária.
- Pode transmitir uma atitude conservadora ou avessa ao risco; convém ponderar antes de aplicar o provérbio como argumento.
- Ligado ao contexto prático e quotidiano — a imagem culinária facilita a compreensão imediata.
Exemplos
- A máquina já funciona com pequenas falhas, por isso o chefe decidiu: é melhor não mexer o arroz, ainda que cheire a esturro — não trocamos a equipa agora.
- Os vizinhos repararam um pequeno problema na canalização, mas como não havia infiltrações activas, optaram por não mexer o arroz e adiar a intervenção.
Variações Sinónimos
- Não mexer num vespeiro.
- Se não está partido, não arranjes.
- Melhor o mau conhecido que o bom por conhecer.
- Não tocar no que já está a funcionar.
Relacionados
- Princípio de precaução
- Se não está estragado, não conserte
- Conservadorismo prático
- Cuidado ao mexer em sistemas complexos
Contrapontos
- Quando há risco para a segurança de pessoas ou bens, a intervenção é obrigatória.
- Se há injustiça, fraude ou ilegalidade, permanecer inactivo pode perpetuar o dano.
- Mudanças planeadas e bem avaliadas podem melhorar processos que apenas aparentam funcionar.
- A passividade pode impedir a inovação e a correção de problemas estruturais a longo prazo.
Equivalentes
- Inglês
"If it ain't broke, don't fix it." - Espanhol
«Más vale lo malo conocido que lo bueno por conocer.» - Francês
«On ne change pas une équipe qui gagne.»