Engane‑me uma vez, engane‑me duas vezes, engane‑me três vezes

Provérbios Americanos - Engane-me uma vez, a verg ... Engane-me uma vez, a vergonha é sua. Engane-me duas vezes, a vergonha é minha. Engane-me três vezes, a vergonha é de nós dois.
Provérbios Americanos

Indica a transferência de responsabilidade quando alguém é enganado repetidamente: primeiro a culpa é do enganador, depois da vítima por não aprender e, por fim, é partilhada se ambos mantêm o padrão.

Versão neutra

Engana-me uma vez — responsabilidade tua; engana‑me duas vezes — responsabilidade minha; engana‑me três vezes — responsabilidade partilhada.

Faqs

  • Qual é a mensagem central deste provérbio?
    Que a responsabilidade por um engano muda: inicialmente é do enganador; se o enganado não aprende com a experiência, a responsabilidade passa a ser dele; e, com repetição, torna‑se partilhada.
  • Posso usar este provérbio em qualquer situação de engano?
    Convém cautela. É apropriado quando há repetição e expectativa razoável de aprendizagem. Evite‑o em casos de manipulação complexa, exploração vulnerável ou onde a culpa moral não é clara.
  • Este provérbio não estará a culpar a vítima?
    Pode ser interpretado assim. Por isso, ao aplicá‑lo, é importante reconhecer contextos de poder, manipulação e limitações do indivíduo, e não reduzir sempre a situação a falta de atenção ou ingenuidade.

Notas de uso

  • Uso: para comentar situações em que um mesmo engano ou erro se repete e há expectativa de que a pessoa aprenda com a experiência.
  • Registo: informal; adequado em conversas, textos de opinião ou advertências, menos em contextos formais/legalistas.
  • Aviso: pode ser interpretado como culpabilização da vítima; convém ter cuidado ao aplicar a frase em situações de desigualdade de poder ou manipulação.
  • Função prática: sublinha a importância de vigilância, verificação de informação e aprendizagem após uma experiência negativa.

Exemplos

  • Depois de o mesmo fornecedor falhar duas vezes, o gerente citou o provérbio: 'Engane‑me uma vez, a vergonha é sua; engane‑me duas vezes, a vergonha é minha' e exigiu garantias.
  • Quando os golpes online surgiram outra vez, lembrei‑me: 'Engane‑me uma vez...'; comecei a verificar todas as mensagens antes de responder.
  • Disse‑lhe: 'Se te deixares enganar sempre, a culpa acaba por ser nossa', para sublinhar que ambos tinham responsabilidades na relação de confiança.

Variações Sinónimos

  • Engana‑me uma vez — vergonha tua; engana‑me duas vezes — vergonha minha; engana‑me três vezes — vergonha nossa.
  • Quem engana uma vez tem culpa; quem se deixa enganar duas vezes também tem.
  • Uma vez é erro do outro, duas vezes é meu, três vezes é de ambos.

Relacionados

  • Errar é humano, perseverar no erro é absurdo.
  • Quem não aprende com a experiência repete o erro.
  • Fool me once, shame on you; fool me twice, shame on me (versão inglesa relacionada).

Contrapontos

  • Pode incentivar a culpa sobre a vítima em situações onde há manipulação ou desequilíbrios de poder; nem sempre a repetição se deve a falta de atenção.
  • Há contextos em que a responsabilidade principal mantém‑se do enganador (p. ex. crimes complexos, fraudes sistemáticas) e a ênfase no 'aprender' ignora a necessidade de proteção legal ou institucional.
  • Uma leitura alternativa valoriza a empatia e a prevenção (informação, apoio), em vez de apenas imputar vergonha ao enganado.

Equivalentes

  • Inglês
    Fool me once, shame on you; fool me twice, shame on me; fool me three times, shame on both of us.
  • Espanhol
    Engáñame una vez, la vergüenza es tuya; engáñame dos veces, la vergüenza es mía; engáñame tres veces, la vergüenza es de los dos.
  • Francês
    Trompe‑moi une fois, honte à toi; trompe‑moi deux fois, honte à moi; trompe‑moi trois fois, honte à nous deux.