Se me enganas uma vez, não tens vergonha; se me enganas duas vezes, o…

Se me enganas uma vez, não tens vergonha; se me e ... Se me enganas uma vez, não tens vergonha; se me enganas duas vezes, o sem-vergonha sou eu.

Atribui a culpa do primeiro engano ao enganador, mas responsabiliza quem foi enganado se permitir que o engano se repita — aponta a necessidade de aprender com a experiência.

Versão neutra

Se alguém me engana uma vez, a culpa é dessa pessoa; se volta a enganar-me, a culpa é minha por não ter aprendido.

Faqs

  • Quando devo usar este provérbio?
    Usa-o ao querer salientar que alguém é responsável por enganar para a primeira ocorrência, mas que é imprudente permitir que o mesmo se repita sem tomar medidas.
  • Será este provérbio uma forma de culpar a vítima?
    Pode ser interpretado assim: enfatiza responsabilidade pessoal pela repetição do erro. Contudo, não considera sempre contextos de vulnerabilidade ou manipulação que limitam a capacidade de evitar um segundo engano.
  • Existe uma versão neutra ou moderna?
    Sim. Uma versão neutra é: «Se alguém me engana uma vez, a responsabilidade é desse alguém; se me engana duas vezes, a responsabilidade é minha por não ter aprendido.»

Notas de uso

  • Tom aconselhador: usado para justificar precaução ou alteração de comportamento após um engano.
  • Registo: informal a neutro; frequente em conversas quotidianas, discussões sobre confiança e avisos práticos.
  • Direção: muitas vezes proferido por quem se quer eximir de nova confiança após uma traição ou fraude.
  • Tom moralizante: pode sugerir responsabilização pessoal e desaprovação por não ter aprendido com o erro.

Exemplos

  • Depois da primeira fatura errada aceitei que podia ser um engano; quando voltou a acontecer, disse-lhes que já não confiava na contabilidade: se me enganas duas vezes, a culpa é minha por não ter exigido correção desde o início.
  • Quando o parceiro mentiu sobre o trabalho, perdoei; ao mentir novamente, percebi que tinha de pôr limites — não posso culpar apenas quem mentiu quando aceitei essa segunda mentira.
  • Na reunião, o fornecedor apresentou desculpas pela primeira falha; quando repetiu o erro, o diretor lembrou: se me enganas duas vezes, o sem-vergonha sou eu — não vamos renovar o contrato.

Variações Sinónimos

  • Engana-me uma vez, vergonha tua; engana-me duas vezes, vergonha minha.
  • Fool me once, shame on you; fool me twice, shame on me. (variação em inglês frequentemente citada)
  • Se aceitaste um engano e repetiste a confiança, a responsabilidade é tua.

Relacionados

  • Quem avisa amigo é (sugere atenção a avisos)
  • Não metas a mão no lume duas vezes (não repetir decisões erradas)
  • Aprende com os teus erros (lição subjacente de responsabilidade pessoal)

Contrapontos

  • Nem sempre a repetição de um engano implica culpa da vítima: situações de assimetria de informação, pressão económica ou manipulação podem limitar a capacidade de resposta.
  • Insistir apenas na responsabilidade pessoal pode ignorar o contexto: instituições ou relações abusivas tornam mais difícil evitar um segundo engano.
  • A expressão pode fomentar desconfiança excessiva e dificultar a reconciliação quando o objetivo é restaurar confiança de boa-fé.

Equivalentes

  • Inglês
    Fool me once, shame on you; fool me twice, shame on me.
  • Espanhol
    Engáñame una vez, vergüenza para ti; engáñame dos, vergüenza para mí.
  • Francês
    Trompe-moi une fois, honte à toi ; trompe-moi deux fois, honte à moi.
  • Italiano
    Ingannami una volta, vergogna per te; ingannami due volte, vergogna per me.