Faz-se arrocho dum pau direito, que dum torto ele está feito.

Valoriza-se partir de matéria-prima ou pessoas rectas e de boa qualidade; é difícil (ou inútil) transformar algo já 'torto' naquilo que se pretende.

Versão neutra

É preferível começar com algo recto e adequado do que tentar aproveitar algo que já está torto ou defeituoso.

O que significa exactamente este provérbio?
Indica que é mais eficiente e prudente partir de algo recto ou de boa qualidade do que tentar consertar ou adaptar algo que já está muito deformado ou defeituoso.
Quando é apropriado usá‑lo?
Quando se quer enfatizar a importância de uma boa base — por exemplo na escolha de materiais, na formação de pessoas ou na seleção de parceiros para um projecto. Deve‑se ter cuidado ao aplicá‑lo a pessoas para não ser ofensivo.
É um provérbio ofensivo?
O provérbio em si não é agressivo, mas aplicado a pessoas pode ser interpretado como juízo de valor. Em contextos profissionais ou pedagógicos é mais seguro usá‑lo de forma metafórica.

Usa‑se em contextos que destacam a importância de uma boa base (materiais, formação, carácter) para um resultado aceitável.
Tem um tom conservador: pode servir para justificar escolha de recursos mais fiáveis em vez de tentar consertar o que está muito danificado.
Ao aplicar a pessoas, pode soar julgamento moral sobre carácter ou aptidões; em contextos sensíveis, é preferível evitar.
Funciona bem em conselhos práticos (construção, educação, seleção de colaboradores) e em comentários sobre eficiência.

Na oficina, o mestre disse: «Usa um pau recto para a calha — faz‑se arrocho dum pau direito, que dum torto ele está feito.»
Quando contrataram a equipa, o director argumentou que valia a pena investir em formação adequada: «Não compensa gastar tempo a endireitar aquilo que desde início estava mal.»

Quem nasce torto, tarde endireita.
Não há boa obra sem boa matéria-prima (aforismo relacionado)
Mais vale prevenir do que remediar (parcialmente relacionado na ênfase na prevenção)

Nem tudo o que é 'torto' é inútil: a criatividade e a habilidade podem transformar materiais ou pessoas imperfeitas em algo valioso.
Afirmar que alguém ou algo não presta por ser 'torto' pode ignorar potencial de mudança, reabilitação ou adaptação.
Em algumas artes e ofícios, imperfeições são aproveitadas como traço distintivo ou estético.