Lá vão leis onde querem cruzados.
As leis, na prática, seguem a vontade ou os interesses dos mais poderosos; a norma vale conforme convém a quem detém autoridade.
Versão neutra
As leis seguem a vontade dos poderosos.
Faqs
- Significa que as leis não valem para toda a gente?
O provérbio expressa a observação de que, na prática, a aplicação das leis pode ser desigual e favorecer quem detém poder ou influência. Não é uma afirmação normativa sobre como as leis deveriam ser, mas sim uma crítica à realidade percebida. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Use-o em contexto crítico ou reflexivo sobre injustiça, parcialidade institucional ou quando se pretende sublinhar que normas são moldadas por interesses. O registo é arcaico, por isso pode soar literário ou irónico. - O que quer dizer "cruzados" aqui?
Em falta de fonte definitiva, "cruzados" pode aludir historicamente a participantes de cruzadas ou, de forma figurada, a grupos com carácter religioso, militar ou político que impunham a sua vontade. Em sentido moderno lê‑se como "os que têm poder/influência".
Notas de uso
- Registo arcaico/poético; pouco usado na fala corrente moderna sem contexto literário ou intencionalmente irónico.
- Emprega-se para criticar arbitrariedade, favoritismo ou a captura do sistema legal por interesses particulares.
- Pode ser citado em análises históricas, ensaios políticos ou comentários sarcásticos sobre justiça e poder.
Exemplos
- Ao ver que os grandes investidores escaparam a sanções, comentou com amargura: "Lá vão leis onde querem cruzados."
- Numa reunião sobre corrupção, o professor resumiu: "As leis, muitas vezes, aplicam-se conforme os interesses de quem detém o poder."
- Apesar do discurso sobre igualdade, na prática percebe-se que as regras valem para alguns e não para outros — como diziam antigamente: "Lá vão leis onde querem cruzados."
Variações Sinónimos
- As leis seguem os interesses dos poderosos.
- A lei serve a quem tem poder.
- Onde manda o forte, a lei inclina-se.
Relacionados
- A lei é para quem a faz (dita por críticos da parcialidade legal).
- Lei do mais forte (princípio da prática sobre o direito).
- A lei é cega (usado tanto para afirmar imparcialidade como ironizar a sua falha).
Contrapontos
- A lei é igual para todos.
- A justiça é para todos.
- As leis existiriam para proteger os mais fracos, não para favorecer os fortes.
Equivalentes
- inglês
Laws follow the will of the powerful (ou "Might makes right" em sentido aproximado). - espanhol
Las leyes siguen la voluntad de los poderosos. - francês
Les lois suivent la volonté des puissants.