Mais custa o rogado que não o mercado.
Conseguir algo por súplica ou por favor costuma sair mais caro — em dinheiro, obrigação, perda de dignidade ou custos indiretos — do que adquiri‑lo pela via normal (comprando).
Versão neutra
É mais caro obter algo pedindo do que comprando.
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
Use‑o para advertir alguém sobre os custos ocultos de pedir favores repetidos ou aceitar ajudas que impliquem obrigações. É apropriado em conversas informais e explicações práticas. - Significa que nunca devo pedir favores?
Não. O provérbio sublinha riscos e custos potenciais — não um absolutismo. Em muitos casos pedir é sensato; a expressão alerta para situações em que a súplica torna‑se mais dispendiosa. - É um provérbio de uso corrente?
É tradicional e reconhecível em Portugal, embora não seja dos provérbios mais frequentes no discurso quotidiano. Mantém‑se útil para transmitir a ideia de custos ocultos.
Notas de uso
- Usa‑se para advertir contra pedir favores repetidamente ou aceitar ajuda que cria obrigações ocultas.
- Aplica‑se tanto a custos económicos directos como a custos sociais (favores que exigem retribuição, perda de autonomia ou vergonha).
- Registo: informal a neutro; provérbio tradicional, ainda compreensível no português contemporâneo de Portugal.
- Não implica que pedir seja sempre errado — antes sublinha riscos e custos potenciais.
Exemplos
- Preferi pagar um técnico a contratar alguém por favor. Mais custa o rogado que não o mercado: os favores iam-me sair pela vida fora com trabalho extra.
- Quando aceitei emprestar dinheiro ao primo por insistência, fiquei a pagar pelo compromisso social — confirmei que, às vezes, mais custa o rogado que não o mercado.
- Em vez de estar sempre a pedir boleias, comprei um carro usado; acabei por notar que os favores me saíam mais caros do que o investimento.
Variações Sinónimos
- Mais custa o que se pede do que o que se compra.
- Vale mais comprar do que andar a pedir favores.
- Pedir sai mais caro do que comprar.
Relacionados
- Não há almoços grátis.
- Quem pede emprestado, paga com juros (sentido figurado).
- Quem tudo quer, tudo perde (relacionado com escolhas e custos).
Contrapontos
- Nem sempre; pedir um favor certo pode ser mais barato e eficaz do que contratar serviços — a rede social tem valor prático.
- Algumas ajudas gratuitas não criam obrigações duradouras e podem mesmo fortalecer laços sociais.
- Em situações de emergência, pedir pode ser a solução mais rápida e menos dispendiosa.
Equivalentes
- Português (tradução literal)
Mais custa o rogado do que o comprado. - Inglês (tradução aproximada)
It costs more to get something by begging than to buy it. - Espanhol (tradução aproximada)
Sale más caro lo pedido que lo comprado.