Menina e vinha, peral e faval, guardam-se mal

Menina e vinha, peral e faval, guardam-se mal ... Menina e vinha, peral e faval, guardam-se mal

Coisas e pessoas que exigem vigilância sofrem se forem deixadas ao abandono; dito também remete à ideia tradicional de vulnerabilidade das jovens.

Versão neutra

O que é deixado sem vigilância estraga-se; coisas e pessoas descuidadas correm risco.

Faqs

  • Quando se usa este provérbio?
    Usa-se para alertar que algo ou alguém que não é vigiado ou tratado com cuidado tende a estragar-se, ser roubado ou sofrer consequências negativas. Aplica-se a bens, colheitas, empresas e, historicamente, a jovens em contextos de protecção social.
  • O provérbio é ofensivo ou sexista?
    Reflete normas tradicionais em que as mulheres jovens eram consideradas vulneráveis e 'a guardar'. Por isso, fora do contexto histórico pode ser interpretado como paternalista ou sexista. É aconselhável usar com precaução e preferir versões neutras quando a intenção for falar de coisas ou situações.
  • Qual a origem deste provérbio?
    É um provérbio popular de origem rural, transmitido oralmente. Reflete a vida agrícola — vinhas e pomares — e as dinâmicas sociais tradicionais de protecção e supervisão.
  • Há alternativas modernas?
    Sim. Para evitar a carga de género, pode usar-se «O que é deixado sem vigilância estraga-se» ou outros provérbios sobre cuidado e responsabilidade.

Notas de uso

  • Usa-se para avisar que o que não é vigiado ou cuidado tende a estragar-se, ser roubado ou corromper-se.
  • Emprega-se em contextos agrícolas, familiares ou sociais, sobretudo em linguagem coloquial ou proverbal.
  • Hoje pode ser considerado antiquado ou problemático quando aplicado a mulheres, porque reflecte normas patriarcais sobre protecção e controlo.
  • Não implica necessariamente que a pessoa deva ser privada de autonomia; pode referir-se simplesmente à necessidade de atenção e de gestão cuidadosa de bens ou situações.

Exemplos

  • Deixaram a vinha semanas sem ninguém; como diz o provérbio, 'menina e vinha, peral e faval, guardam-se mal' — apareceram pragas e perdas.
  • Quando a empresa ficou sem gestão durante meses, os trabalhadores repetiam entre si que o provérbio se confirmava: o que não se vigia, deteriora-se.

Variações Sinónimos

  • A ocasião faz o ladrão.
  • Casa sem dono, capoeira sem dono.
  • Quem não vigia, perde.

Relacionados

  • Temas de vigilância e cuidado (bens, colheitas, crianças).
  • Provérbios sobre oportunidade e risco, como 'A ocasião faz o ladrão'.
  • Frases sobre a necessidade de gestão e supervisão.

Contrapontos

  • Não deve servir para justificar restrições à autonomia das pessoas; vigilância excessiva pode ser paternalista.
  • Em sociedades modernas, protege-se mais pela educação e direitos do que por 'guardar' pessoas.
  • Nem tudo o que fica sem vigilância se perde: confiança e responsabilidade mútua também são valores válidos.

Equivalentes

  • Inglês
    Literal: 'Girl and vineyard, pear tree and broad bean, are badly kept.' Aproximação idiomática: 'What is left unattended won't last.'
  • Espanhol
    Tradução/variante conhecida: 'Niña y viña, mal se crían' — sentido semelhante sobre o que precisa de cuidado constante.
  • Francês
    Tradução literal: 'Fille et vigne, poirier et fève, se gardent mal.' Sentido aproximado: 'Ce qu'on laisse sans surveillance se gâte.'