Mulher que ao deitar diz ah e ao levantar diz upa, guarde-a Deus de minha roupa.
Advertência contra quem mostra manierismos ou pouca destreza nas tarefas domésticas: não confiar-lhe a roupa (ou outros cuidados).
Versão neutra
Pessoa que ao deitar diz "ah" e ao levantar diz "upa", guarde-a Deus da minha roupa.
Faqs
- O que significa exactamente «guarde-a Deus de minha roupa»?
É uma fórmula idiomática que expressa o desejo de que Deus a afaste da minha roupa — ou seja, não lhe confiar as roupas por medo de que as estrague. Funciona como advertência sobre confiar bens pessoais a alguém considerado descuidado. - É um provérbio ofensivo?
O provérbio é generalizador e pode ser interpretado como sexista, pois refere‑se especificamente a mulheres e associa traços negativos a esse grupo. Em contextos actuais convém evitar o uso literal e ter cautela para não reforçar estereótipos. - Quando é apropriado usá‑lo hoje?
Apenas em contextos de análise cultural, literária ou em tom jocoso entre pessoas que partilhem o contexto e a intenção humorÃstica. Deve evitar‑se em situações formais ou quando possa magoar alguém. - Há versões mais modernas ou neutras?
Sim — uma versão neutra substitui «mulher» por «pessoa». Outra abordagem é reformular o pensamento: «não confio as minhas roupas a quem é descuidado».
Notas de uso
- Usa-se tradicionalmente em tom advertivo ou jocoso para descrever alguém considerado descuidado, afetado ou pouco competente em trabalhos domésticos.
- É formulação antiga e generalizadora; reflecte normas sociais e papéis de género de épocas passadas.
- Em registos contemporâneos deve ser usada com cautela por poder ser interpretada como sexista ou pejorativa.
- Pode também transmitir desconfiança prática (não confiar bens pessoais a quem os possa danificar), mais do que um juÃzo moral amplo.
Exemplos
- Quando falou da vizinha que faz grandes gestos ao vestir-se e estraga camisolas, o avô murmurou: «Mulher que ao deitar diz ah e ao levantar diz upa, guarde-a Deus de minha roupa.»
- Usaram o provérbio em tom de brincadeira: «Se ela vai tratar da lavandaria assim, guarde-a Deus de minha roupa!»
- Numa conversa sobre quem devia ficar a tratar da limpeza, alguém disse, meio a rir, que não confiaria a sua roupa a quem fosse tão desajeitado — citando o dito popular.
Variações Sinónimos
- Mulher que ao deitar diz 'ai' e ao levantar diz 'upas', guarde-a Deus de minha roupa.
- Quem ao deitar geme e ao levantar faz alarido, não cuide da minha roupa.
- Não confio a minha roupa a quem é demasiado afectado ou desajeitado.
Relacionados
- Cada macaco no seu galho. (cada um que faça o que sabe)
- Quem não trabalha não tem direito ao pão. (valorização do trabalho)
- Quem casa quer casa. (expectativas sobre papel doméstico)
Contrapontos
- Generalizar sobre um grupo (por exemplo, as mulheres) com base em travos de comportamento é injusto e simplista.
- Manerismos ou reações sonoras ao deitar/levantar não determinam aptidões para tarefas domésticas.
- Hoje, as tarefas domésticas são partilhadas e a competência não é inerente a um género; por isso o provérbio perde validade prática e ética.
Equivalentes
- inglês
Keep away from my clothes someone who fusses when lying down and makes a racket when getting up. (tradução livre; equivalente no sentido de não confiar bens a alguém descuidado) - espanhol
Mujer que al acostarse dice 'ay' y al levantarse '¡upa!', guárdemela Dios de mi ropa. (variante directa usada em algumas zonas de fala hispânica)