Mulher que fala latim, burra que faz him e carneiro que faz mé, líbera nos, domine.
Provérbio antigo que ridiculariza a mulher que fala latim, comparando-a a animais e invocando pedido de livramento a Deus; expressa desprezo e estranhamento por conhecimentos ou linguagens eruditas vindas de uma mulher.
Versão neutra
Pessoa que fala latim é vista por alguns como estranha; livrai‑nos, Senhor.
Faqs
- Qual é a origem deste provérbio?
A origem exacta não é documentada; aparenta ser uma fórmula popular antiga que combina troça sobre mulheres instruídas com a invocação litúrgica em latim. Pode ter circulado oralmente em ambientes tradicionais. - O que significa 'líbera nos, domine'?
É uma forma latinizada de 'libera nos, Domine', expressão litúrgica que significa 'livra‑nos, Senhor'. Aqui funciona ironicamente como um pedido de socorro perante algo considerado abominável pelo autor do provérbio. - Posso usar este provérbio hoje em dia?
Não é aconselhável. O provérbio contém tom depreciativo e sexista; usar‑mo pode ofender e reproduzir estereótipos de género. Se o contexto for académico ou histórico, use‑o com explicação crítica. - Existe uma versão neutra ou actualizada?
Uma versão neutra seria reformular para criticar a atitude e não a pessoa, por exemplo: 'Ridicularizar quem usa linguagem erudita diz mais sobre quem critica do que sobre quem fala.'
Notas de uso
- É uma frase de tonalidade jocosa e depreciativa, provavelmente de origem popular e antiga.
- Reflete preconceitos de género e midiáticos contra mulheres instruídas ou que usam linguagem erudita.
- Hoje é considerada ofensiva e arcaica; o seu uso em contextos contemporâneos não é recomendável.
- A expressão final 'líbera nos, domine' é latim litúrgico ('libera nos, Domine' = 'livra-nos, Senhor'), usada aqui ironicamente.
Exemplos
- Ao ouvir a colega usar termos técnicos, alguém murmurou ironicamente: «mulher que fala latim...», reproduzindo o provérbio antigo para a ridicularizar — uma atitude criticável hoje.
- Numa discussão sobre linguagens académicas, a estudante respondeu: «Se 'falar latim' é motivo de chacota, então prefiro ser a 'mulher que fala latim'», recusando o preconceito implícito no provérbio.
Variações Sinónimos
- Quem fala latim, causa espanto
- Falar latim chama ao ridículo (variação jocosa)
- Libera nos, Domine (uso isolado da invocação litúrgica como interjeição)
Relacionados
- "Fala latim" (expressão usada para indicar linguagem difícil ou erudita)
- Provérbios que ridicularizam quem demonstra erudição
- Expressões litúrgicas usadas ironicamente no discurso popular
Contrapontos
- Falar uma língua erudita ou técnica não torna ninguém 'burro'; costuma indicar instrução ou especialização.
- O provérbio espelha normas sociais e sexistas de épocas passadas e deve ser interpretado historicamente, não como recomendação.
- Hoje, recomenda‑se evitar expressões que desvalorizem indivíduos com base no género ou cultura.
Equivalentes
- Inglês (tradução literal)
Woman who speaks Latin, a she‑donkey that says 'him' and a ram that says 'meh', deliver us, Lord. - Inglês (interpretação)
An old saying mocking a woman who speaks scholarly language, likening her to animals and pleading for deliverance. - Latim (parte citada)
Libera nos, Domine — 'Livra‑nos, Senhor' (oração litúrgica).