Da burra que faz ?him? e da mulher que sabe latim, livra-me tu e a mim.
Adverte contra coisas ou pessoas que aparentam ter capacidades inesperadas ou pretensiosas; expressa desconfiança — em especial, numa leitura histórica, perante mulheres instruídas.
Versão neutra
De quem faz sinais estranhos ou de quem ostenta saber pretensioso, livra‑me tu e a mim.
Faqs
- O que quer dizer exactamente este provérbio?
Significa, de forma concisa, que se deve desconfiar de sinais estranhos ou de ostentação de saber — historicamente aplicado com particular desconfiança às mulheres instruídas. - É adequado usar‑lo hoje em dia?
Em contextos informais para citar o passado ou ironizar pode aparecer, mas é sensível: contém elementos misóginos e arcaicos, pelo que convém explicitar a crítica ao usá‑lo. - De onde vem a referência ao latim?
O latim foi durante muito tempo associado à erudição e ao clero; na mentalidade popular, uma mulher que conhecesse latim saía da norma esperada e por isso inspirava especulação ou receio.
Notas de uso
- Frase de tom arcaico e potencialmente misógino; hoje é usada com ironia ou para citar o passado.
- Não é apropriada para contextos formais ou inclusivos sem explicitação crítica do seu conteúdo.
- Pode aparecer em estudos sobre folclore, língua e mentalidades tradicionais; em conversas atuais, deve ser acompanhada de interpretação ou contraponto.
Exemplos
- Ao ouvir o vizinho a gabar‑se de conhecimentos que não tem, lembrou‑se do ditado: «Da burra que faz ?him? e da mulher que sabe latim, livra‑me tu e a mim.», usado de forma irónica.
- Numa versão moderna e neutra: «De quem faz sinais estranhos ou de quem ostenta saber pretensioso, livra‑me tu e a mim.» — disse ela, mostrando cautela perante falsas aparências.
Variações Sinónimos
- Da burra que faz 'mim' e da mulher que sabe latim, guarda‑te tu e guarda‑me a mim.
- Antes o sabido cauteloso do que o sabido que vangloria.
- Cuidado com quem faz mais do que deve.
Relacionados
- Quem muito sabe, pouco teme. (variação sobre conhecimento e prudência)
- Cuidado com as aparências.
- Mais vale o que se conhece do que o que se presume.
Contrapontos
- Saber não é perigo — a educação e o conhecimento são valorizados e não devem ser tema de desconfiança.
- Em vez de temer quem sabe, convém celebrar e partilhar saberes; o provérbio reflete um preconceito histórico.
- A prudência é distinta da censura ao estudo; o foco moderno é na igualdade de acesso ao ensino.
Equivalentes
- Inglês
Of the donkey that brays like a man and of the woman who knows Latin, spare me and you. - Espanhol
De la burra que hace 'mim' y de la mujer que sabe latín, líbrame tú y a mí. - Francês
De l'ânesse qui fait 'mim' et de la femme qui sait le latin, préserve‑moi et préserve‑toi.