Não deixes a vaca a guardar a erva do prado
Advertência contra confiar a guarda ou gestão de algo a quem tem interesse em o explorar ou apropriar‑se dele.
Versão neutra
Não confies a guarda do que é teu a quem tem interesse em o apropriar.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que não se deve confiar a guarda, gestão ou proteção de algo a alguém que tem interesse em se apropriar ou tirar proveito desse algo — isto é, evitar conflitos de interesse. - Quando é apropriado usá‑lo?
Usa‑se para advertir sobre delegações arriscadas, supervisões enviesadas ou situações em que a pessoa responsável pode beneficiar indevidamente. É comum em conversas informais e explicações práticas. - Qual é a origem do provérbio?
Não há origem documentada claramente atribuída; trata‑se de um provérbio de matriz rural que passou a uso figurado na língua portuguesa. - Há situações em que o provérbio não se aplica?
Sim. Se existem mecanismos de controlo, transparência ou se a pessoa não tem oportunidade real de se apropriar, o risco é reduzido e o provérbio pode não se justificar.
Notas de uso
- Provérbio de matriz rural usado metaforicamente em contextos sociais, familiares e profissionais.
- Serve para alertar sobre conflitos de interesse e más decisões de delegação de responsabilidades.
- Registo: coloquial; apropriado em conversas informais e em advertências práticas, menos em textos formais sem explicação.
- Não é normalmente aplicado de forma literal (raro referir‑se a uma vaca e a erva), antes como metáfora.
Exemplos
- Se deixares o tesoureiro da associação sem fiscalização, podes estar a cumprir o princípio de ‘não deixes a vaca a guardar a erva do prado’ — há risco de desvio de fundos.
- Não deixes a vaca a guardar a erva do prado: não peças ao colega que fiscalize as suas próprias contas quando há suspeitas de favorecimento.
- Quando mandaste o filho mais velho ficar a tomar conta das iguarias da festa, alguns disseram em tom de brincadeira: «Não deixes a vaca a guardar a erva do prado».
Variações Sinónimos
- Não ponhas o lobo a guardar as ovelhas
- Não ponhas a raposa a cuidar das galinhas
- Não deixes o gato guardar o peixe
- Não dês o chave do celeiro a quem come o pão
Relacionados
- Não ponhas tudo nas mãos de uma só pessoa (advertência sobre concentração de poder)
- Cada macaco no seu galho (sugere adequação de funções)
- Quem parte e reparte fica com a melhor parte (sobre tendência de apropriação)
Contrapontos
- Em situações com supervisão, auditoria ou regras claras, confiar responsabilidades a alguém com interesses pessoais pode ser aceitável.
- Por vezes não há alternativa prática e é preciso aceitar algum risco, minimizando‑o com mecanismos de controlo.
- Generalizar este provérbio pode levar a desconfiança excessiva e bloquear delegações necessárias para o funcionamento de uma organização.
Equivalentes
- English
Don't set the fox to guard the henhouse. - Spanish
No pongas al zorro a cuidar de las gallinas. - French
Ne confie pas le poulailler au renard.