Não é sisudo o juiz que tem jeito no que diz e não acerta no que faz.
Critica quem é eloquente nas palavras mas incompetente nas ações: a seriedade e a confiança valem-se pelos actos, não só pelo discurso.
Versão neutra
Não é de confiança quem fala bem e não acerta no que faz.
Faqs
- O que significa 'sisudo' neste provérbio?
'Sisudo' refere-se a alguém sério, ponderado ou que inspira respeito. Aqui o provérbio diz que esse estatuto não é ganho apenas pela eloquência. - Posso usar este provérbio para criticar um político?
Sim; é comum aplicar-se a políticos, líderes ou gestores quando o discurso não corresponde às ações, mas convém usar com parcimónia para evitar constantes ataques ad hominem. - É um provérbio ofensivo?
Não é inerentemente ofensivo; é uma observação crítica sobre coerência entre palavras e actos. Pode, no entanto, ser interpretado como censura se dirigido a uma pessoa concreta. - Quando não se deve aplicá‑lo?
Evite usar quando há motivos legítimos para falhas práticas (falta de meios, imprevistos) ou quando o foco é exclusivamente a importância da comunicação.
Notas de uso
- «Juiz» pode ser literal (magistrado) ou figurado (qualquer pessoa que julga/avaliar os outros); o provérbio aplica-se sobretudo em sentido figurado.
- Registo: coloquial e proverbial; apropriado em conversas, análises críticas e textos reflexivos, menos em comunicação formal técnica.
- Expressa desconfiança perante retórica vazia — usado para avisar contra avaliar competência apenas pelas palavras.
- «Sisudo» aqui refere-se a alguém sério, ponderado ou respeitável; o provérbio contrapõe aparência de seriedade com falta de eficácia prática.
Exemplos
- O novo diretor tem discursos inspiradores, mas as obras atrasam-se e o pessoal queixa-se — não é sisudo o juiz que fala bem e erra na prática.
- Quando um candidato promete muito e depois não cumpre, os eleitores lembram-se: não é de confiança quem diz bem e faz mal.
Variações Sinónimos
- Obras são amores, e não boas razões.
- Falar é fácil; fazer é que importa.
- Das palavras aos actos vai muita distância.
Relacionados
- Falar é fácil; provar é que conta.
- Mais vale um feito do que mil palavras.
- Quem promete muito, cumpre pouco.
Contrapontos
- A eloquência pode ser útil: em diplomacia, persuasão ética ou defesa legal, a palavra bem colocada evita conflitos e salva situações.
- Em áreas técnico-científicas, a capacidade de explicar bem é valiosa, ainda que seja necessária ação subsequente para validar resultados.
- Nem sempre a falta de sucesso imediato prova incompetência; constrangimentos externos ou recursos insuficientes podem explicar diferenças entre discurso e prática.
Equivalentes
- inglês
Actions speak louder than words. - latim
Facta, non verba (Deeds, not words). - espanhol
Obras son amores, y no buenas razones.