Não importa, não importa, e deu com sete navios à costa.
Admoesta contra a indiferença e a negligência: dizer repetidamente que algo "não importa" pode levar a consequências graves e inesperadas.
Versão neutra
Desconsiderar repetidamente um problema pode acabar por provocar um grande prejuízo.
Faqs
- Quando se usa este provérbio?
Usa‑se para criticar a indiferença ou a negligência quando pequenos problemas são ignorados e acabam por provocar consequências graves. Serve como aviso e comentário irónico. - Tem origem marítima?
A referência a "sete navios à costa" sugere imagem marítima, mas a origem é oral e incerta; o provérbio é mais uma construção popular que funciona metaforicamente em variados contextos. - É apropriado em contextos formais?
É sobretudo coloquial e proverbial. Em contextos formais é preferível usar uma formulação neutra, por exemplo: "Ignorar pequenos problemas pode levar a grandes prejuízos."
Notas de uso
- Tom irónico ou admonitório: costuma empregar‑se para criticar quem minimiza problemas até estes se tornarem maiores.
- Registo: informal e popular; adequado em conversas coloquiais e comentários críticos.
- Contexto: usado tanto em situações literais (problemas relacionados com o mar ou embarcações) como em sentido figurado (assuntos pessoais, profissionais ou sociais).
- Não é uma expressão formal; evita‑se em contextos oficiais ou académicos sem clarificação.
Exemplos
- Quando vimos pequenos erros nos relatórios e ninguém os corrigiu, alguém disse "não importa, não importa" — meses depois tivemos perdas financeiras. Não importa, não importa, e deu com sete navios à costa.
- Ele deixou o telhado a pingar e disse que era pouco; agora temos infiltrações por toda a casa. Foi o típico 'não importa, não importa, e deu com sete navios à costa'.
- Se ignores as revisões de segurança por mera conveniência, corres o risco de um acidente maior — não faças 'não importa, não importa'.
Variações Sinónimos
- Não importa, e deu com sete navios à costa.
- Não faz mal, não faz mal, e acabou por dar em desastre.
- Disse‑se 'não importa' e depois surgiram grandes problemas.
Relacionados
- Quem semeia vento colhe tempestade.
- Por falta de um prego perdeu‑se a ferradura (semelhante em cadeia de consequências).
- Mais vale prevenir do que remediar.
Contrapontos
- Mais vale prevenir do que remediar — enfatiza a prevenção ativa em vez de minimização.
- Melhor prevenir do que remediar — contrapõe a atitude de indiferença.
Equivalentes
- inglês
For want of a nail the shoe was lost (equivalente em cadeia de pequenas negligências que levam a grande perda). - espanhol
No importa, y al final pasó lo peor (uso coloquial similar); também se aproxima de 'Quien siembra vientos recoge tempestades'. - francês
On ne sait prendre garde à de petits détails et l'on finit par subir de grands malheurs (sentido equivalente).