O amor é cego, mas vê muito ao longe.
Quando se está apaixonado, tende-se a ignorar defeitos imediatos, mas simultaneamente faz‑se uma forte idealização ou projecção do futuro.
Versão neutra
Quando estamos apaixonados, deixamos de ver defeitos próximos, mas imaginamos ou projectamos fortemente o futuro.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que, quando apaixonados, as pessoas tendem a não ver ou minimizar defeitos imediatos, ao mesmo tempo que idealizam ou projectam esperanças a longo prazo. - Quando é apropriado usá‑lo?
Em situações em que se pretende comentar, de forma irónica ou crítica, a cegueira temporária causada pela paixão ou a tendência para criar expectativas irreais quanto ao futuro. - É um provérbio ofensivo?
Não é intrinsecamente ofensivo; é uma observação generalizada sobre comportamento humano. Todavia, usado directamente contra alguém pode soar julgador. - Tem origem literária conhecida?
A forma curta («o amor é cego») é antiga e aparece na literatura europeia (por exemplo, em autores como Shakespeare). A extensão «mas vê muito ao longe» é uma variação popular posterior, de tom irónico.
Notas de uso
- Registo: coloquial a neutro; pode ser usado em conversas informais, comentários literários ou observações irónicas.
- É frequentemente proferido com sentido paradoxal ou crítico: aponta tanto para a desatenção face a defeitos como para a capacidade de idealizar o futuro.
- Pode servir de aviso prático: distinguir entre a cegueira temporária causada pela emoção e a avaliação racional a longo prazo.
- Uso retórico: pode introduzir uma observação sobre expectativas exageradas ou sobre decisões tomadas por afecto.
Exemplos
- Ela continuou com ele apesar das críticas dos amigos; o provérbio aplicava‑se: o amor era cego, mas ela via um futuro idealizado ao longe.
- Ao ouvir a história da reconciliação, o pai comentou com ironia: «O amor é cego, mas vê muito ao longe» — referindo‑se às expectativas que escondem problemas atuais.
- Num debate sobre casamentos precipitados, a professora usou o provérbio para explicar como a paixão pode ofuscar defeitos imediatos enquanto alimenta grandes projectos para o futuro.
Variações Sinónimos
- O amor é cego
- O amor não enxerga
- Quem ama não vê defeitos
- Love is blind (ingl.)
Relacionados
- Quem ama desculpa
- O coração tem razões que a própria razão desconhece
- Não se vê o que se tem ao lado
Contrapontos
- O amor esclarece — em alguns casos, a afectividade aumenta a percepção das necessidades do outro.
- Nem sempre o amor é cego: conhecimento e tempo ajudam a ver defeitos e qualidades com mais clareza.
- Decisões sensatas exigem reflexão para além da idealização afectiva.
Equivalentes
- inglês
Love is blind (literal); a witty extension would be 'Love is blind, but sees far ahead.' - espanhol
El amor es ciego, pero ve muy lejos (variante literal em espanhol). - francês
L'amour est aveugle (frase equivalente comum). - italiano
L'amore è cieco (equivalente corrente). - alemão
Die Liebe ist blind (equivalente corrente).