Aviso de que a repetição de um comportamento arriscado ou indevido acaba por trazer consequências negativas inevitáveis.
Versão neutra
Quem repete um comportamento arriscado ou errado acaba por sofrer as consequências.
Faqs
Quando é apropriado usar este provérbio? Quando se quer advertir alguém sobre a repetição de um comportamento arriscado ou indevido que provavelmente terá consequências negativas se continuar.
O provérbio implica que o resultado é sempre inevitável? Não necessariamente. É uma advertência baseada na observação de que a repetição aumenta a probabilidade de consequências; contudo, resultados dependem de contexto, sorte e medidas preventivas.
Pode este provérbio ser ofensivo ou culpabilizante? Sim. Usado sem contexto pode soar a culpabilização de quem sofre uma consequência, especialmente em situações onde as opções eram limitadas ou há responsabilidade estrutural.
Tem origem literária conhecida? Não há um autor ou fonte única identificada; trata-se de provérbio popular presente em várias culturas e línguas, transmitido pela tradição oral.
Notas de uso
Usa-se para advertir alguém que repete um risco, excesso ou má prática e pode acabar por ser apanhado ou prejudicado.
Tem tom preventivo e moralizante; serve tanto para lembrar a prudência como para comentar a inevitabilidade de uma consequência.
Não deve ser usado para culpar vítimas de circunstâncias fora do seu controlo ou para justificar fatalismo quando mudanças evitariam o risco.
Exemplos
O João vinha a estacionar sempre em local proibido; disse-lhe que o pote tanto vai à bica, que um dia lá fica — afinal levou uma multa pesada.
Se continuas a copiar trabalho alheio no trabalho, lembra-te: o pote tanto vai à bica, que um dia lá fica — podes perder o emprego.
Andou a gastar todo o ordenado em apostas; agora está sem poupanças. É o exemplo clássico do pote que tanto vai à bica, que um dia lá fica.
Variações Sinónimos
O cântaro vai tantas vezes à fonte que ao fim se quebra
O pote tanto vai à fonte que acaba por se partir
Quem vai à fonte muitas vezes, acaba por quebrar o cântaro
Relacionados
Mais vale prevenir que remediar
Quem não arrisca não petisca (contraponto)
A sorte protege os audazes (visão oposta que valoriza risco calculado)
Contrapontos
Nem sempre a repetição de um risco conduz inevitavelmente ao desastre; fatores de sorte e gestão do risco podem alterar o resultado.
O provérbio pode ser indevidamente usado para culpar pessoas por situações estruturais (por exemplo, pobreza ou exploração) em que as opções são limitadas.
Há contextos em que assumir riscos calculados é necessário para progredir; usar apenas este provérbio pode desencorajar a ação legítima.
Equivalentes
Inglês The pitcher goes so often to the well that it is broken / The pitcher goes once too often to the well.
Espanhol El cántaro va tantas veces a la fuente que al fin se rompe.
Francês Le pot va si souvent à la fontaine qu'un jour il se casse.
Alemão Der Krug geht so lange zum Brunnen, bis er bricht.