 O que escapa ao sacho, lá vai ter à enxada.
		
		O que escapa ao sacho, lá vai ter à enxada.
					As consequências ou problemas que se evitam numa fase reaparecem mais tarde nouta; inevitabilidade de responsabilidades ou de reparação.
Versão neutra
O que escapa ao sacho acabará por ir à enxada.
Faqs
- Quando posso usar este provérbio?
 Quando se quer expressar que um problema ou responsabilidade adiada tenderá a reaparecer mais tarde; aplica-se a erros, tarefas ou consequências evitadas temporariamente.
- É um provérbio regional?
 É de origem rural e popular na língua portuguesa, usado em diferentes regiões de Portugal; o léxico agrícola indica contexto tradicional, mas é compreendido amplamente.
- Tem tom moralizador?
 Sim, costuma ter um tom de aviso ou advertência sobre as consequências de adiar ou evitar responsabilidades, sem necessariamente imputar culpa moral explícita.
- É literal ou metafórico?
 Originalmente literal (ferramentas agrícolas), hoje usa‑se sobretudo de forma metafórica para situações da vida quotidiana.
Notas de uso
- Registo: popular e informal; usa-se em contextos coloquiais.
- Contexto semântico: sublinha a inevitabilidade das consequências e a ideia de que evitar um problema agora só adia a sua resolução.
- Uso figurado: aplica-se fora do contexto agrícola — por exemplo, ao falar de erros, deveres ou pagamentos adiados.
- Não é uma sentença jurídica — fala de causalidade prática, não de processos legais formais.
Exemplos
- Se não corrigires esses erros agora, vais ter mais trabalho depois — o que escapa ao sacho acabará por ir à enxada.
- O contabilista adiou a revisão das contas; acabou por ser auditado. O que escapa ao sacho, lá vai ter à enxada.
Variações Sinónimos
- O que escapa ao sacho, lá vem a enxada.
- O que se evita agora, paga-se depois.
- O que não se resolve numa fase, resolve-se noutra.
Relacionados
- Quem semeia ventos, colhe tempestades.
- Quem semeia, colhe.
- Mais cedo ou mais tarde a verdade vem à tona.
Contrapontos
- Há situações em que quem evita um problema não sofre consequências, por sorte, intervenção externa ou impunidade — o provérbio assume consequências esperadas, não garantidas.
- Em sistemas injustos ou quando há desigualdade de poder, a inevitabilidade referida pelo provérbio pode não ocorrer: nem sempre quem erra ou evita responsabilidades é apanhado.
Equivalentes
- inglês
 What goes around comes around. / You can't escape the consequences.
- espanhol
 Quien siembra, recoge. / Lo que no se arregla ahora, se pagará después.
- francês
 On récolte ce que l'on sème.
- alemão
 Was man sät, das erntet man.