O que maus não levam, paredes o acham.
Segredos, faltas ou coisas escondidas acabam por ser descobertos; nada fica oculto para sempre.
Versão neutra
O que os desonestos não levam, as paredes acabam por descobrir.
Faqs
- O que exactamente significa este provérbio?
Significa que segredos, faltas ou coisas escondidas acabam por ser descobertos — quer por boatos, testemunhas ou pela circulação da informação dentro de um grupo ou comunidade. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Usa-se para advertir alguém que está a tentar esconder algo, para comentar uma situação em que uma falta foi descoberta, ou como lembrete de que a ocultação raramente é definitiva. - É um provérbio regional?
É de registo popular e amplamente entendido em Portugal; não é exclusivo de uma região específica, embora a sua frequência possa variar localmente.
Notas de uso
- Uso habitual em contexto coloquial como advertência sobre esconder informações ou objetos.
- Tom admonitório: alerta para a inevitabilidade de descoberta (por terceiros, pelo 'meio' ou pela própria casa).
- «Maus» refere-se genericamente a desonestos, ladrões ou pessoas mal-intencionadas; «paredes» alude ao meio social/doméstico (as pessoas, os boatos, o ambiente).
- Registo popular; compreendido em Portugal, sobretudo no meio rural e urbano tradicional.
- Pode ser aplicado tanto a segredos pessoais (infidelidades, mentiras) como a objectos ou actos ilícitos.
Exemplos
- Pensou que ninguém sabia do desvio de fundos, mas o colega contou e o resto da equipa descobriu — o que maus não levam, paredes o acham.
- Se esconderes facturas e provas, não serves de garantia eterna: mais cedo ou mais tarde as paredes o acham e a verdade vem ao de cima.
- Não vale a pena esconder a verdade à família; rumores acabam por sair e a casa toda fica a saber — o provérbio aplica-se bem aqui.
Variações Sinónimos
- O que os maus não levam, as paredes o acham.
- As paredes têm ouvidos.
- Nada fica escondido para sempre.
- Tudo se sabe mais cedo ou mais tarde.
Relacionados
- As paredes têm ouvidos.
- Tudo se sabe.
- Não há segredo que dure cem anos.
- A verdade vem sempre ao de cima.
Contrapontos
- Há situações em que segredos se mantêm por muito tempo (ex.: segurança física forte, confidencialidade legal).
- O provérbio pressupõe circulação de informação; em ambientes altamente controlados e seguros, a descoberta não é inevitável.
- Não significa que tudo será punido — apenas que o conhecimento público ou social sobre algo pode surgir.
Equivalentes
- inglês
Walls have ears / Nothing stays secret forever. - espanhol
Las paredes oyen / Nada permanece oculto para siempre. - francês
Les murs ont des oreilles / Rien ne reste caché éternellement.