O que me deves, me paga, o que te devo, é nada.

O que me deves, me paga, o que te devo, é nada.
 ... O que me deves, me paga, o que te devo, é nada.

Critica a atitude hipócrita de quem exige que os outros paguem dívidas ou obrigações mas considera as suas próprias como inexistentes ou dispensáveis.

Versão neutra

Exiges que me paguem o que te devo, mas não consideras que me devas o mesmo; ou seja, queres receber e não queres retribuir.

Faqs

  • Quando se usa este provérbio?
    Usa-se para criticar alguém que aplica regras ou exige pagamentos aos outros mas não assume as suas próprias obrigações, geralmente em tom irónico ou sarcástico.
  • É um provérbio adequado para contextos formais?
    Não. Tem um registo coloquial e acusatório; em contextos formais ou legais é preferível usar linguagem neutra e factos comprováveis.
  • Tem origem conhecida?
    Não há origem documentada conhecida; trata-se de uma expressão popular construída sobre a ideia de hipocrisia e dupla moral.

Notas de uso

  • Usado de forma irónica ou acusatória para apontar dupla moral ou egoísmo.
  • Registo coloquial; adequado em conversas informais, críticas familiares ou comentários sociais.
  • Não é apropriado para contextos formais ou legais onde se exige neutralidade e precisão.

Exemplos

  • Quando lhe cobraram o empréstimo, respondeu com sarcasmo: «O que me deves, me paga, o que te devo, é nada», mostrando a sua hipocrisia.
  • Na reunião de condomínio, ele exigiu que os vizinhos pagassem as despesas em atraso, mas recusou-se a reconhecer o que devia: «O que me deves, me paga, o que te devo, é nada.»

Variações Sinónimos

  • O que me deves, paga; o que eu te devo, esquece.
  • Exiges o teu, esqueces o meu.
  • Queres cobrar, não queres pagar.

Relacionados

  • Quem não deve não teme.
  • À mulher de César não basta ser honesta...
  • Cobra o que te devem, perdoa o que tu deves (irónico).

Contrapontos

  • A reciprocidade implica que obrigações devem ser tratadas de forma equitativa; perdoar sempre as próprias dívidas é injusto.
  • Em contextos legais ou financeiros, dívidas devem ser reguladas por contrato e não por maximas irónicas.
  • O diálogo e a negociação são alternativas mais construtivas do que a acusação ou o arbítrio.

Equivalentes

  • Inglês
    What you owe me, you pay me; what I owe you, it's nothing. (literal) — expresses hypocrisy or double standards.
  • Espanhol
    Lo que me debes, págalo; lo que yo te debo, no cuenta. (uso coloquial)
  • Francês
    Ce que tu me dois, rembourse-le; ce que je te dois, c'est rien. (équivalent littéral)