O que o rio achega, o rio leva.
Expressa a ideia de transitoriedade: aquilo que chega facilmente ou por via externa pode desaparecer com a mesma facilidade.
Versão neutra
O que o rio traz, o rio leva.
Faqs
- O que significa exatamente 'achega' neste provérbio?
'Achega' vem de 'achegar' e, aqui, significa 'traz' ou 'aproxima'. No provérbio, sublinha que algo é trazido pelo rio e pode igualmente ser levado por ele. - O provérbio é necessariamente fatalista?
Não necessariamente. Pode ser usado de forma fatalista para aceitar perdas, mas também como advertência prudente contra dependência de ganhos fáceis ou temporários. - Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado ao comentar perdas materiais ou ganhos efémeros, ao consolar alguém após um revés, ou ao advertir contra gastar ou confiar em algo que chegou sem esforço.
Notas de uso
- Uso comum em contextos populares e rurais para comentar perdas, ganhos efémeros ou a impermanência das coisas.
- Tom frequentemente consolador ou advertência contra apego excessivo a bens materiais ou lucros fáceis.
- Linguisticamente, 'achega' provém de 'achegar' (aproximar/traçar), forma mais usada em variantes regionais ou em registo arcaizante.
- Pode empregar-se tanto de forma literal (bens levados por uma cheia) como metafórica (dinheiro, sorte, oportunidades).
Exemplos
- Quando a enchente levou a pouca colheita que tinha, o vizinho disse: 'O que o rio achega, o rio leva', para consolar a família.
- Depois daquela vitória inesperada no mercado, lembraram-se logo do provérbio: 'O que o rio achega, o rio leva' — é melhor não gastar tudo de imediato.
- Ela usou a expressão para explicar que o presente que ganhou numa rifa não duraria para sempre: 'O que o rio achega, o rio leva.'
Variações Sinónimos
- O que o rio traz, o rio leva.
- O que vem fácil vai fácil.
- Lo que fácil viene, fácil se va (variante em espanhol).
- O que o mar dá, o mar tira.
Relacionados
- Vem o vento, leva o pensamento (variação sobre a ideia de mudança).
- Nada é certo senão a morte e os impostos (sobre incerteza da vida).
- O que nasce para morrer, morre para nascer (ciclo e transitoriedade).
Contrapontos
- O que é nosso, ninguém nos tira (confiança na permanência do que é legítimo).
- Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura (persistência e mudança por trabalho).
- Quem guarda, tem — provérbio que valoriza prudência e conservação em vez de aceitar a efemeridade.
Equivalentes
- inglês
What the river brings, the river takes away. / Easy come, easy go. - espanhol
Lo que el río trae, el río se lleva. / Lo que viene fácil, fácil se va. - francês
Ce que la rivière apporte, la rivière l'emporte. / Ce qui vient facilement s'en va facilement.