Ou direito ou torto, quem mais não pode, com sua mazela morre

Ou direito ou torto, quem mais não pode, com sua  ... Ou direito ou torto, quem mais não pode, com sua mazela morre

Expressa que, seja qual for o rumo dos acontecimentos, quem não tem meios ou capacidade fica entregue à sua fraqueza ou infortúnio.

Versão neutra

Quer a situação vá bem ou mal, quem não tem meios fica sujeito à sua própria fraqueza.

Faqs

  • O que significa 'mazela' neste provérbio?
    'Mazela' significa um mal, enfermidade, defeito ou infortúnio. No provérbio refere‑se à condição ou fragilidade que prejudica alguém.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Quando se quer indicar resignação ou aceitar que alguém, por falta de capacidades ou meios, sofre as consequências de uma situação que não consegue alterar.
  • O provérbio implica que nada se pode fazer para ajudar?
    Nem sempre. O provérbio tende para um tom fatalista, mas na prática há circunstâncias em que apoio externo e políticas podem mudar o desfecho.

Notas de uso

  • Provérbio de tom fatalista que refere limitação pessoal ou falta de recursos para mudar uma situação.
  • Usa vocabulário arcaico: 'direito ou torto' = certo ou errado/para este ou para aquele lado; 'mazela' = mal, enfermidade, defeito.
  • Empregado para aceitar uma situação inevitável ou para justificar a incapacidade de intervir.
  • Podem existir sensibilidades atuais que contestam a ideia de que a falta de meios seja inevitável ou definitiva (importância da solidariedade e políticas públicas).

Exemplos

  • Quando a empresa fechou, ninguém pôde ajudar; ou direito ou torto, quem mais não pode, com sua mazela morre — tivemos de aceitar as consequências.
  • Ele sempre disse que não sabia lidar com os números; mesmo com apoio, ou direito ou torto, quem mais não pode, com sua mazela morre, e acabou por ser despedido por incompetência.
  • Se não há acesso a cuidados médicos na região, as pessoas ficam desprotegidas; isto é um exemplo prático de que muitas vezes quem mais não pode sofre por falta de meios.
  • Numa comunidade sem recursos, as famílias têm de conviver com problemas crónicos; o provérbio resume a resignação perante limites estruturais.

Variações Sinónimos

  • Quem não pode, com sua mazela morre
  • Direito ou torto, quem não tem meios, paga com o seu mal
  • Quem não tem forças, sucumbe à sua própria fraqueza

Relacionados

  • Cada um colhe o que semeia (relacionado à consequência das próprias ações)
  • Quem não tem cão, caça com gato (oposto prático: adaptar-se às limitações)
  • A necessidade aguça o engenho (enfatiza encontrar soluções apesar das limitações)

Contrapontos

  • Nem todas as mazelas são inevitáveis; a intervenção colectiva e políticas públicas podem reduzir desigualdades.
  • A ideia de resignação pode ser contestada por perspetivas que promovem agência pessoal e mobilização social.
  • Tratá‑lo como justificativa para falta de apoio pode naturalizar a exclusão em vez de a combater.

Equivalentes

  • inglês
    Right or wrong, whoever cannot help himself dies by his infirmity (loosely: if someone lacks means, they suffer the consequences).
  • espanhol
    Sea recto o torcido, quien no puede, muere con su dolencia (traducción aproximada: quien carece de recursos sufre su desgracia).
  • francês
    Qu'on ait raison ou tort, qui ne peut pas meurt de son mal (traduction libre: qui manque de moyens en souffre).