Quem faz do direito torto, não serve para governar.
A pessoa que distorce a lei ou a justiça para benefício próprio não é adequada para assumir funções de governação.
Versão neutra
Quem dobra a lei para benefício próprio não está apto a governar.
Faqs
- O que significa concretamente 'direito torto'?
«Direito torto» é uma metáfora que designa a distorção, manipulação ou interpretação enviesada das normas jurídicas ou dos princípios de justiça, geralmente para benefício próprio ou de um grupo. - Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado em debates sobre ética, governação e justiça quando se quer criticar práticas de manipulação das regras. Deve evitar‑se o uso sem evidências, porque tem um conteúdo acusatório. - Este provérbio aplica‑se apenas à política?
Não. Aplica‑se a qualquer situação de liderança ou autoridade (empresas, associações, órgãos públicos) em que alguém manipule regras para ganhos indevidos.
Notas de uso
- Usa‑se para criticar actos de corrupção, abuso de poder ou manipulação das regras por quem governa ou pretende governar.
- Tom moralizante: implica juízo ético sobre aptidão para o exercício do poder.
- Adequado em contextos políticos, administrativos ou em debates sobre ética e legalidade.
- Evitar uso leviano ou calunioso sem provas; é uma afirmação forte e acusatória.
Exemplos
- Num debate televisivo sobre propostas para a reforma da justiça, o comentarista afirmou: «Quem faz do direito torto, não serve para governar», criticando a tentativa de mudar regras em benefício político.
- Depois do escândalo de favorecimentos na câmara municipal, os eleitores repetiam o provérbio como argumento para pedir a demissão dos responsáveis: «Quem faz do direito torto, não serve para governar.»
- Numa reunião interna, a diretora advertiu: «Se começarmos a contornar os procedimentos para acelerar decisões, estaremos a perder legitimidade — quem faz do direito torto, não serve para governar.»
Variações Sinónimos
- Quem dobra a lei não deve governar.
- Quem manipula a justiça não serve para governar.
- Quem faz da lei um instrumento para si, não serve para mandar.
Relacionados
- O poder corrompe; o poder absoluto corrompe absolutamente. (Frase associada ao perigo da concentração de poder)
- Justiça, acima de tudo (princípio de primazia da justiça na governação).
- Quem comete injustiça perde a legitimidade (princípio ético semelhante).
Contrapontos
- Em situações de emergência, a interpretação flexível da lei pode ser defendida como necessária para o bem público; nem toda flexibilidade é corrupção.
- Nem toda decisão controversa de um governante implica desonestidade — diferenças de interpretação legal ou prioridades políticas também explicam divergências.
- Acusações com base neste provérbio exigem prova: é preciso distinguir entre intenção de benefício pessoal e erro ou má avaliação.
Equivalentes
- Inglês
He who twists the law for his own ends is unfit to govern. - Espanhol
Quien tuerce el derecho no sirve para gobernar. - Francês
Qui déforme le droit n'est pas apte à gouverner. - Alemão
Wer das Recht verbiegt, eignet sich nicht zum Regieren.