Pano que outrem usou, nunca durou.
Advertência de que objectos usados por outra pessoa tendem a desgastar‑se mais depressa; figuradamente, alerta contra aceitar algo já usado ou herdado que pode não durar ou não servir bem.
Versão neutra
Um pano já usado por outra pessoa tende a desgastar‑se mais depressa.
Faqs
- Quando se usa este provérbio?
Usa‑se para aconselhar cautela na compra ou aceitação de coisas usadas, ou figuradamente quando se herdam soluções, cargos ou métodos com historial de problemas. - Tem origem conhecida?
Não há origem documentada precisa; trata‑se de um provérbio tradicional de carácter popular que reflecte experiências práticas com objectos usados. - Será sempre verdade hoje em dia?
Não necessariamente. Muitos objectos usados são de boa qualidade ou podem ser recuperados; o provérbio transmite uma prudência clássica, não uma regra absoluta. - O provérbio é ofensivo?
Em geral não; é um conselho pragmático. Contudo, usado de forma depreciativa sobre pessoas ou situações herdadas pode soar insensível.
Notas de uso
- Uso literal: refere‑se a tecidos, roupas e objectos de uso pessoal que já sofreram desgaste.
- Uso figurado: aplica‑se a cargos, métodos, reputações ou soluções herdadas que podem revelar fragilidades.
- Registo: tradicional e coloquial; tom cauteloso e por vezes pessimista.
- Não é uma regra universal — serve como conselho prudencial, não como afirmação científica.
- Em contextos modernos pode colidir com valores de sustentabilidade e economia circular.
Exemplos
- Quando encontrou a camisola no mercado de usados pensou duas vezes: pano que outrem usou, nunca durou, e afinal precisava de algo mais resistente.
- Na empresa, ao receber o projecto antigo, disse aos colegas: 'pano que outrem usou, nunca durou' — vamos rever tudo antes de prosseguir.
Variações Sinónimos
- Pano que outro usou não dura.
- Roupa alheia não dura.
- O que vem usado não costuma durar.
Relacionados
- Quem compra barato, compra duas vezes.
- Mais vale prevenir do que remediar.
Contrapontos
- Itens em segunda mão podem ser de boa qualidade e, bem cuidados, durarem tanto quanto o novo.
- O movimento da economia circular e do consumo responsável valoriza reutilizar em vez de descartar automaticamente.
- Antiguidades ou prendas herdadas podem ganhar valor afectivo ou material com o tempo — nem tudo usado é inferior.
- A reparação e manutenção podem prolongar a vida útil de objectos usados, contrariando o provérbio.
Equivalentes
- Inglês
Used cloth never lasts (tradução literal); sentido aproximado: 'You get what you pay for' / 'Who buys cheap buys twice'. - Espanhol
Pañuelo que otro usó, no dura (tradução literal / equivalente aproximado). - Francês
Le chiffon qu'un autre a porté ne dure jamais (tradução literal / equivalente aproximado).