Perdoar, a gente perdoa; esquecer é outra conversa.
Distingue o acto de perdoar — deixar de imputar culpa ou conceder clemência — do acto de esquecer — não recordar ou não guardar ressentimento; perdoar é muitas vezes mais simples do que apagar a memória ou restabelecer confiança.
Versão neutra
Perdoar faz-se; esquecer é outra história.
Faqs
- O provérbio quer dizer que não devemos perdoar?
Não. Indica apenas que perdoar e esquecer são actos distintos: pode-se perdoar alguém sem conseguir apagar a memória ou restabelecer de imediato a confiança. - Quando é apropriado usar esta expressão?
Usa-se em contextos informais para comentar relacionamentos pessoais ou profissionais em que o ofendido aceita desculpas mas ainda sente consequências emocionais. - Esquecer é necessário para curar uma mágoa?
Nem sempre. A cura pode passar por perdoar, aprender com a experiência e ajustar limites; esquecer completamente não é obrigatório nem sempre possível.
Notas de uso
- Uso informal e coloquial; aparece em conversas quotidianas sobre conflitos pessoais ou profissionais.
- Implica que perdoar pode ser um gesto consciente, enquanto esquecer envolve processos emocionais e de memória distintos.
- Pode ser dito para consolar alguém que perdoou mas continua magoado, ou para justificar prudência mesmo após o perdão.
- Não é uma recomendação técnica de terapia; aplica-se como observação social sobre comportamentos humanos.
Exemplos
- Quando o João disse que já tinha perdoado a colega, a Rita respondeu: «Perdoar, a gente perdoa; esquecer é outra conversa» — ela confirmou que o rancor ainda aparecia em reuniões.
- Depois da discussão, a mãe decidiu perdoar o filho, mas avisou: «Posso perdoar, mas não consigo simplesmente esquecer o que aconteceu» — vai precisar de tempo para confiar outra vez.
Variações Sinónimos
- Perdoar é fácil; esquecer é difícil.
- Perdoa-se, mas não se esquece assim tão cedo.
- Dar perdão não é apagar a memória.
Relacionados
- Perdão não é esquecimento.
- Perdoa, mas não esqueças.
- Dar o perdão não implica confiança imediata.
Contrapontos
- Esquecer pode ser saudável em alguns casos para seguir em frente; a máxima não deve justificar a manutenção de ressentimentos.
- Perdoar sem estabelecer limites pode levar a repetição de comportamentos abusivos; o provérbio realça a distinção, não a idealização do perdão.
- Algumas tradições religiosas ou terapêuticas incentivam tanto o perdão como o desapego da memória; nem sempre é inevitável manter lembranças dolorosas.
Equivalentes
- inglês
Forgiving is one thing; forgetting is another. - espanhol
Perdonar, se perdona; olvidar, es otra cosa. - francês
Pardonner est une chose; oublier en est une autre.